A decisão da Justiça baiana em culpar o jornalista baiano Aguirre Peixoto fez com que a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) emitisse nota sobre o caso. "A Abraji recebe com indignação a condenação do jornalista a seis meses e seis dias de detenção em regime aberto por crime de difamação". A Justiça baiana foi favorável ao empresário do setor imobiliário Humberto Riella Sobrinho, que alega haver informações falsas em reportagens publicadas no jornal A Tarde em dezembro de 2010. Para a Abraji, a decisão de sentenciar um repórter à prisão por um texto publicado é um atentado à liberdade de imprensa. A Organização das Nações Unidas (ONU), em seu Plano de Ação para Segurança de Jornalistas, recomenda aos países-membros que ações de difamação sejam tratadas no âmbito civil. O juiz Antônio Silva Pereira, da 15ª Vara Criminal, de Salvador, considerou na sentença de 22 de abril de 2014 que Talento agiu "maldosamente" e "com a nítida intenção de macular a honra objetiva [do empresário]", mas não apontou elementos que comprovassem a intencionalidade. Mesmo sem caracterizar o dolo, condenou o repórter a seis meses e seis dias de detenção em regime aberto, pena convertida em prestação de serviços comunitários. De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba), o grupo tem ações similares contra os jornalistas Biaggio Talento, Regina Bochichio, Patrícia França, Vítor Rocha, Felipe Amorim, Marcelo Brandão e Valmar Hupsel Filho. Chama a atenção o fato de o jornal nunca ter sido processado. As ações, que cobram até R$ 1 milhão de indenização, visam sempre o elo mais fraco: o jornalista. O Sinjorba impetrou ações por denunciação caluniosa contra os empresários e os advogados de Aguirre Talento entrarão com recurso no Tribunal de Justiça da Bahia. Informação Bahia Notícias.
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Atentado à liberdade de imprensa
abril 29, 2014
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Tópicos:
Jornalista demitido de A Tarde brilha na Folha de Sao Paulo com matéria sobre prejuízos à União decorrentes de abusos da PF
ResponderExcluirAguirre: A Bahia perde um talento para a Folha
É da lavra do jovem jornalista baiano Aguirre Peixoto Talento excepcional reportagem publicada na edição de hoje do jornal Folha de S. Paulo sobre o prejuízo de R$ 1,6 mi que os abusos da Polícia Federal (veja aqui) já deram à União. Trata-se da principal matéria da editoria de Política. Aguirre foi o pivô da inédita mobilização registrada na redação do jornal A Tarde no início do ano, motivada por sua demissão. Ele foi afastado supostamente depois que uma reportagem de sua autoria contrariou uma QUADRILHA DE ESPERTALHÕES (Organização Criminosa) do mercado imobiliário. Em função dos protestos dos colegas, que chegaram a entrar em estado de greve, Aguirre foi readmitido, mas, em posição desconfortável, preferiu deixar o matutino para disputar uma vaga na Folha. O resultado está aí nas páginas do principal jornal do País. Pode ser lido também como uma lição de como se perde um talento.
Rapaz!!! Em se tratando do Poder Judiciário baiano, tudo é possível e nada ha de se estranhar porque sempre foi assim. O judiciário baiano funciona como uma espécie de escudo quando se trata de proteger interesses escusos de empresários. Já imaginou se o TJ divulgasse os inúmeros processos que correm sobre segredo de justiça envolvendo os seus Juízes baianos, a maioria corruptos?
ResponderExcluirDivulga a lista aí TJ BA !!!!
A policia federal deveria levar todos os Juízes baianos corruptos (cerca de 90%) para um presidio de segurança máxima! Esta é a minha opinião!
O problema é que muitas leis do tempo da Ditadura continuam em vigor. Esse governo (bem como anterior) estão mais reocupados em se locupletar do Estado do que varrer o entulho autoritário. Lamentável.
ResponderExcluirPAULO CERQUEIRA 30.01.2014 às 08:50
ResponderExcluirGrilagem na Paralela com Escrituras e Registros Cartorários fraudulentos, seria causa de assassinato de pai e filho. A grilagem urbana é um problema sério em Salvador especialmente na Av. Paralela, e precisa ganhar a atenção das autoridades. A morte do empresário André Cintra Santos, de 55 anos, e seu filho Matheus Braga Cintra, de 21 anos, a mando de Carlos Seabra Suarez macomunado com o adv. Francisco Jose Bastos, em uma manha de sexta-feira 27 de janeiro 2012, segundo dia do FESTIVAL DE VERAO proximo do Parque de Exposicoes Agropecuaria de Salvador, portanto dois anos atras, traz à tona o faroeste caboclo que se instalou na capital baiana, por conta de apropriações ilegais de terrenos, principalmente na Avenida Paralela. Oxalá! O Ministério Público e a Polícia aproveitem a oportunidade para investigar a fundo a complicada situação fundiária da oficialmente chamada Avenida Luiz Viana Filho, antes que novas mortes ocorram. O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (GAECO), vinculado ao Ministério Público, já dispõe de farto material e documentos, fornecido pelo próprio André Cintra Santos, sobre as inúmeras apropriações ilegais e fraudulentas existentes na região. Amigos do empresário assassinado, que pedem para não ser identificados com receio de represálias, afirmam que a morte de Cintra seria decorrente da batalha enfrentada por ele e um outro proprietario das terras desmembrada da Fazenda Itapoa que corre na Justiça baiana contra os “barões da grilagem na Paralela”. O conflito teria se iniciado quando um terreno de propriedade do Sr. Luiz Estrela e de André Cintra foi alvo de grilagem. A partir daí, eles começaram a reagir às investidas dos “Barões da Paralela” com ações vitoriosas na Justiça. As pressões e as ameaças de morte sofridas e registradas na Delegacia de Itapuã não intimidaram os GANGSTERES empresários. Mexeram com seus brios. André Cintra Santos resolveu encarnar o personagem bíblico David contra Golias. Partiu para o ataque e começou a investigar a grilagem dos “Barões da Paralela”. Levantou muitas informações que comprovavam ilegalidades na apropriação de terrenos e entregou as autoridades, que, pelo jeito, não deram bola para as denúncias. Como no cinema, o “Homem que Sabia Demais” não poderia ficar impune. André Cintra Santos não teve a mesma sorte do rancheiro Joe Starret, do faroeste “Os Brutos também Amam”, que contou com a ajuda do cowboy Shane e venceu os grileiros que queriam lhe tomar o rancho. Não teve “happy end” para a família Cintra Santos, além do pai, o jovem filho foi assassinado covardemente. Que o Ministério Público, o Gaeco e a Polícia prendam os verdadeiros bandidos desta triste história
Triste realidade e não só na grilagem de terra, recentemente o ambientalista que denunciou poluição da Millenium (Cristal) na Assembleia Legislativa foi assassinado. A impunidade é a tônica.
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