Em função das fortes chuvas que caem na cidade, a solenidade de ordem de serviço das obras de requalificação do Rio Vermelho, que aconteceria às 9h30 do dia (27), foi cancelada. Uma nova data será agendada e comunicada à imprensa.
As obras de requalificação do bairro Rio Vermelho, na orla Salvador, que vão abranger o total de 147 mil m² de área, por 28 meses e com R$ 70 milhões investidos - 20% a mais dos R$ 56 milhões voltados para os 50 mil m² da orla da Barra.
"Precisamos ter uma reunião com a Transalvador, moradores e empresariado para ver como vamos trabalhar o tráfego. Precisamos de ampla divulgação porque ali é ponto de passagem e queremos minimizar os transtornos. [Sobre a licitação] houve um recurso, mas já vencido, o contrato já foi assinado. O nosso último ponto a discutir é o trânsito", aponta o secretário de Infraestrutura, Habitação e Defesa Civil, Paulo Fontana.
Entre as principais novidades, Paulo Fontana destaca requalificações no trecho entre a Praia da Paciência e o Quartel de Amaralina, entre a Praça da Mariquita e a de Nossa Senhora de Santana, a do Mercado do Peixe, além da aplicação do piso intertravado - o mesmo posto no calçadão da Barra - na Paciência, no Largo de Santana e da entrada da Rua Fonte do Boi.
O secretário indica recuperação do asfalto e inserção de ciclofaixas em alguns trechos. Nos locais contempladas, estão projetados mirante, praças, quadra poliesportiva, radades de velocidade, fiação rebaixada e reforma da rede de esgoto. No entanto, o custo não inclui projeto de arborização e não abrange a Avenida Lucaia - neste último caso, Fontana aponta que um projeto está sendo elaborado e será apresentado ao prefeito ACM Neto. Além dos R$ 70 milhões, mais R$ 4 milhões estão orçados como custo de iluminação.
A obra foi planejada em três etapas, tendo como extremos a Praia da Paciência e o Quartel de Amaralina. "A primeira vai da Praia da Paciência até a Paróquia de Sant´Ana e tem prazo de conclusão de 10 meses. A segunda vai da Paróquia até [o Largo da] Mariquita e termina em 10 meses. A terceira da Mariquita até o Quartel de Amaralina e tem prazo de conclusão de 18 meses", disse o secretário. O foco da requalificação é a orla do bairro, contudo, ruas próximas fazem parte do projeto.
A coordenadora do Cipó e do Projeto Bairro-Escola, Fernanda Colaço, participou de reuniões com o município na época de Guilherme Bellintani à frente da pasta de Cultura e Turismo - o secretário foi remanejado para Educação. Segundo ela, a principal sugestão da entidade foi a necessidade de interiorização da obra."A gente fez críticas iniciais ao projeto, que é muito do ponto de vista da orla. Pensamos no entorno das escolas, na sinalização da área escolar, no calçamento, na iluminação. O bairro não é voltado aos pedestres, mas para os carros. Isso foi escutado. O que a gente não sabe de outubro para cá é de que for ma foi inserido", comenta.
O secretário indica que as obras vão tomar ruas internas como a Osvaldo Cruz e a Fonte do Boi, por exemplo, mas que elas não vão abarcar a totalidade das vias do bairro. "Não vamos nos restringir à orla. Agora, por dentro, a obra não chegará a 100% dos locais. Vamos entrar a Rua Oswaldo Cruz até a orla, descendo até a Rua da Paciência. Vamos pegar dali da Fonte do Boi, Praia do Buracão, trecho da Mariquita, ruas internas. Vamos ir linear, tangenciando a orla e entrando no Buracão [Rua Barro Vermelho]", conta. "Não tem como a gente atender a todos os moradores. Não existe unanimidade entre todos, uns reclamam de qualquer coisa, outros não", aponta Fontana.
O presidente da Associação dos Amigos e Moradores do Rio Vermelho (Amarv), Lauro Mata, avalia que o projeto foi amplamente debatido com os moradores. "O secretário [Bellintani, à época] fez diversas reuniões, fizemos vários pedidos de modificação e está tudo dentro do que queríamos. Nada foi feito sem que houvesse o 'ok' da Amarv e das entidades parceiras", relata. Lauro Mata aponta que foram cerca de cinco encontros para debater o projeto e que os moradores eram convocados por meio do site da entidade. Para ele, atualmente, o bairro está em "completamente favelizado".
"Aqui é um bairro que é considerado boêmio, mas o que você vê só é nome e fama. As ruas estão horrorosas, cheias de buracos. A Barra era uma carniça e hoje está linda. Se Salvador fosse um metrô, a locomomotiva seria o Rio Vermelho em termos de tradição artística, de gastronomia e boêmia. O Rio Vermelho tem q ser o bairro mais bonito de Salvador. Não é bairrismo, é realidade", avalia o presidente da Amarv. O G1 tentou contato com o presidente da Associação Brasileira de Bares de Restaurantes (Abrasel) na Bahia, sem sucesso. Informações Agecom e G1.
Confira tudo que já foi publicado sobre a Requalificação do Rio Vermelho
Assinatura da ordem de serviço para Requalificação do Rio Vermelho ainda sem data definida
maio 04, 2015
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