Os integrantes do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes da Bahia (SHRBS) e Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL-Ba), não gostaram nem um pouco da resposta dura que a Transalvador enviou as entidades sobre solicitação de mudança do local das blitzes de alcoolemia, na Rua Marquês de Monte Santo, Rio Vermelho para próximo ao Quartel de Amaralina, devido ao grande congestionamento provocado na área. As entidades pediram também um cronograma realístico sobre a liberação do tráfego no sentido Ondina – Rio Vermelho, que segundo eles vem reduzindo o fluxo de frequentadores no bairro.
A TRANSALVADOR respondeu que a modificação na posição da blitz inviabilizaria a operação, pois “permitiria a fuga dos motoristas” pelo retorno do Bompreço. O texto afirma que o comportamento policialesco ostensivo (panótico) desta Superintendência seria uma das ações mais importantes do órgão para mudança de comportamento da população em relação ao consumo de álcool por condutores. Além disso, insinua que a sugestão da AMARV embute uma sutil leniência com o motorista infrator.
Surpresos e indignados com o tom da Transalvador, as entidades encaminharam correspondência ao Superintendente Fabrizzio Muller, pedindo mudança de postura do órgão lembrando que são importantes empregadores e grandes geradores de renda para a cidade, ressalvado que merecem melhor qualidade de informação dos órgãos da administração pública para o planejamento adequado das atividades que desenvolvem. "Nossas entidades apostam na parceria transparente entre os empreendedores privados e a administração pública no melhor direcionamento de esforços para suplantar as dificuldades que o cenário econômico do país tem nos imposto. A intervenção do SHRBS e da ABRASEL-Ba no apoio à luta suada dos nossos associando para a perpetuação dos 300 bares e restaurantes do Rio Vermelho suporta nossa manifestação para a superação deste episódio infeliz", diz a nota.
Confira a integra do documento enviado pelas entidades em resposta à Transalvador
Ilmo Sr. Superintendente de Trânsito do Salvador – TRANSALVADOR
Sr Fabrizzio Muller
O Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes da Bahia (SHRBS) e Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL-Ba), por seus representantes legais abaixo assinados, tendo tido conhecimento da resposta desta Superintendência às solicitações enviadas pela Associação de Moradores eAmigos do Rio Vermelho (AMARV), no dia 07 de Junho de 2019, vem perante V. Sra., apresentar algumas considerações como se seguem:
I. A AMARV, entidade representativa do Rio Vermelho, em atendimento às demandas da comunidade, solicitou a intervenção da TRANSALVADOR para tomar medidas mitigadoras para melhorar a fluidez do tráfego nas noites dos finais de semana no bairro. Os frequentes congestionamentos são causados pelas corriqueiras blitzes de alcoolemia, na Rua Marques de Monte Santo, única saída do bairro a partir dos Largos de Santana e Mariquita. A sugestão foi da transferência do ponto de fiscalização para 200 m adiante, em frente ao Quartel do Exército em Amaralina;
II. Além disso, a AMARV acolheu a demanda dos comerciantes do bairro para mediar a desobstrução do tráfego no sentido Ondina – Rio Vermelho que, a nova intervenção do poder público, mais uma vez reduz o afluxo de frequentadores ao bairro. Como é do conhecimento de V.Sas., o país vem passando pela crise mais profunda da sua história com 13 milhões de desempregados e 60 milhões de subempregados. Nossa cidade é uma das metrópoles mais castigadas pelo problema e, infelizmente, acolhe um grande número das pessoas nestas condições. Esta Superintendência também tem conhecimento que os bares e restaurantes do bairro foram submetidos a períodos sucessivos de reformas na região, que produziram o fechamento de numerosos estabelecimentos com consequentes perdas de mais empregos e renda na cidade. Aqueles que sobreviveram, lutam árdua e diariamente para manter seus estabelecimentos em funcionamento e, mais uma vez, estão submetidos ao garrote de perda de público pelas dificuldades dos clientes de chegar e
transitar no bairro;
III. A TRANSALVADOR respondeu que a modificação na posição da blitz inviabilizaria a operação, pois “permitiria a fuga dos motoristas” pelo retorno do Bompreço. O texto afirma que o comportamento policialesco ostensivo (panótico) desta Superintendência seria uma das ações mais importantes do órgão para mudança de comportamento da população em relação ao consumo de álcool por condutores. Além disso, insinua que a sugestão da AMARV embute uma sutil leniência com o motorista infrator;IV. Quanto ao pedido de ajuda na aceleração da liberação, o gestor assumiu uma postura em que não precisa prestar satisfações com cronogramas e datas de conclusão da obra. Importante ratificar que esta região foi objeto de obras recentes que obstruíram o sentido Rio Vermelho por cerca de um ano e, após estas intervenções, permaneceu aberta por apenas cerca de três meses.
O desenrolar dos fatos causou surpresa e indignação aos nossos associados que impeliram as nossas entidades a se manifestarem e solicitar uma mudançade postura. A população de Salvador tem adotado um comportamento mais civilizado no trânsito graças à melhoria da educação e conscientização dos nossos motoristas. Nossa população vem adotando diferentes atitudes como a
locomoção através de aplicativos que evita a combinação de bebida alcoólica e direção. Estes serviços contam hoje com um milhão de usuários na nossa cidade e, na composição do tráfego das noites de final de semana no Rio Vermelho, representa uma parcela importante, senão majoritária da frota circulante no bairro. O Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) utiliza dados da Organização da Saúde para ratificar a informação de que 68,5% da população nacional prefere utilizar aplicativo após beber e não dirigir. Importante destacarmos neste ponto que o cumprimento das legislações de trânsito deve ser exigido e as fiscalizações, notadamente dos motoristas de aplicativos, são fundamentais para melhoria contínua dos indicadores de redução de mortalidade. Ao mesmo tempo, reforçamos nossa crença na educação do trânsito como principal vetor para aprimoramento da cidadania. A nossa indignação permanece com o tratamento do texto aos nossos
frequentadores do bairro, tratados como roedores empurrados para as ratoeiras das blitzes. Na nossa visão, estes procedimentos transfiguram o entendimento da população que as ações são medidas punitivas e arrecadatórias ao invés de educativas.
Nossas entidades têm repetido o apreço pelas intervenções da Prefeitura Municipal na cidade do Salvador, em especial pela percepção da importância da indústria do turismo na cidade e pela valorização do “trade” como um todo. Somos importantes empregadores e grandes geradores de renda para a cidade e merecemos melhor qualidade de informação dos órgãos da administração pública para o planejamento adequado de nossas atividades. Nossas entidades apostam na parceria transparente entre os empreendedores privados e a administração pública no melhor direcionamento de esforços para suplantar as dificuldades que o cenário econômico do país tem nos imposto. A
intervenção do SHRBS e da ABRASEL-Ba no apoio à luta suada dos nossos associando para a perpetuação dos 300 bares e restaurantes do Rio Vermelho suporta nossa manifestação para a superação deste episódio infeliz.
Cumpre dizer que não enxergamos a parceria que defendemos na atitude tomada por esta Superintendência e pedimos que a TRANSALVADOR revise as atitudes tomadas. Em vista do exposto, requer a V. Sa. reconsidere o posicionamento das blitzes no bairro e apresente um cronograma realista para liberação do tráfego de chegada de Ondina ao nosso Rio Vermelho.
Agradece antecipadamente com votos de consideração e apreço,
SHRBS ABRASEL-Ba
Paulo Meneses Daniel ALves
Rua Marquês de Monte Santo onde as blitz são realizadas e questionadas pelas entidades de comerciantes