Nesta semana a TV Bahia exibiu uma reportagem apresentando dados atribuídos à Secretaria de Segurança Pública mostrando que Rio Vermelho é o bairro de Salvador que está em primeiro lugar no índice de assaltos a estabelecimentos comerciais e o quinto em número de assaltos a pedestres. O interessante é que as entidades do bairro desde o mês de agosto solicitaram uma audiência com o Secretário de Segurança Pública, Mauricio Barbosa, para tratar exatamente dessa questão e até hoje não obtiveram resposta, mesmo com a Secretaria de posse desses dados tão alarmantes.
Isso sem falar que em 2017, essas mesmas entidades levaram ao conhecimento da SSP, a informação de que após as obras de requalificação o movimento no bairro havia aumentou significativamente, merecendo já naquela oportunidade, uma atenção especial no quesito segurança pública, e nada aconteceu.
A questão da Segurança não pode ser tratada pelas reportagens apenas como um problema da Polícia Militar, diga-se de passagem, a 12ª CIPM que atende aos bairros do Rio Vermelho e Ondina, vem se virando nos trinta, para garantir a tranquilidade desses dois logradouros. O Blog do Rio Vermelho que acompanha de perto as ações dessa Companha pode testemunhar o esforço que a comandante Milanezi, mesmo com uma tropa aquém das necessidades, vem empreendendo para dar mais visibilidade à presença do policiamento nas ruas.
Não custa lembrar que a policia é acionada para tudo: resolver os conflitos sociais com os moradores de rua, com adolescentes que deveriam estar nas salas de aula e ficam pelas ruas cometendo delitos, inibir o tráfico de drogas, depredação de patrimônio, tanto público como privado, atender conflitos entre vizinhos , briga de marido e mulher, fazer o patrulhamento das ruas, blitz, abordagens, acompanhar acidentes e uma dezena de outras atribuições, muitas das quais nem são da polícia. Além de desenvolver programas sociais, a exemplo do Proerd, com palestras nas escolas para conscientizar jovens e adolescentes para o perigo das drogas, promover cursos de qualificação para porteiros, segurança, cuidador de idosos, esses em parceria com o Conselho Comunitário Social e de Segurança do bairro.
Cobrar, reivindicar, reclamar quando as coisas não andam bem, mais do que dever é obrigação da comunidade, mas também é preciso entender que uma segurança eficiente depende de ações conjuntas envolvendo os diversos órgãos, como Policia Civil, Policia Militar, Guarda Municipal, Secretária de Ação Social, Secretária da Ordem Pública, Conselho Tutelar, entre outros. A Guarda Municipal por exemplo, é quase uma miragem no Rio Vermelho , só aparece de caju em caju.
No bairro, se o proprietário deixar um imóvel fechado por muito tempo, vai encontrar completamente depredado. Os meliantes entram, arrancam portas, janelas e tudo mais que conseguem levar. Quem é acionado pra resolver? A polícia! Desocupados e sem educação destruindo os equipamentos do bairro, quem tem que dar conta? A policia. Assedio a clientes por moradores de rua nos estabelecimentos comerciais, quem é acionada? A polícia. Adolescentes das escolas públicas fumando, bebendo nas esquinas do bairro durante o dia quando deveriam estar dentro das unidades escolares, quem é chamado para investigar? A PM, e por ai vai.
Outro problema no Rio Vermelho: A Delegacia funciona somente até as 18h, isso em um bairro de intensa vida noturna, com varias programações que se estendem até a madrugada, muitas inclusive dentro do calendário oficial, a exemplo do 2 de fevereiro. No caso de uma ocorrência á noite, a Policia Militar tem que deslocar uma viatura com equipe, para registar o caso lá nos cafundós do judas deixando a segurança do bairro ainda mais comprometida com uma viatura e equipe a menos , isso em uma corporação que já trabalha com o contingente bem menor do que o necessário, até porque, para fazer um registro, não é coisa simples, leva-se horas. Se a delegacia do bairro funcionasse até mais tarde seria um problema a menos! A questão é que os governos querem cortar receitas e economizar exatamente onde não deveriam. Para reduzir gastos com pessoal e algumas horas extras, sacrificam a comunidade, essa é a realidade!
Quando mandam uma equipe de fora para reforçar o policiamento, acontece o que registramos no último domingo, um policial completamente despreparado, ameaçando e intimidando desnecessariamente uma equipe de filmagem só porque ele botou na cabeça que os jovens estavam filmando a abordagem que faziam no Mirante da Paciência. Uma coisa é certa, a politica de Segurança Publica precisa melhorar os conceitos, inclusive dando melhor qualificação e condições de trabalho aos policias que lidam com o público.
O bairro que já é movimentado de segunda a segunda, no verão fica ainda mais lotado