Por Clarindo Silva *
Eu que sempre gosto de festejar a vida, andei escrevendo alguns artigos em homenagem a amigos nossos, que nos deixaram em plena pandemia, mesmo não sendo do Covid-19, mas cumprindo os protocolos a gente fica sem poder confortar os familiares, amigos que costumamos encontrar nos sepultamentos.
Mas hoje não posso deixar de fazer uma homenagem ao grande amigo Giuseppe Talento, empreendedor das artes e da cultura, mas sobretudo um arquiteto do amor, do bem querer, do bem servir.
Imaginem, nessa luta diária pela revitalização do Centro Histórico, Giuseppe , lá no Campo Grande ,onde ele pilotava o Restaurante Casa D`Itália, em suas costumeiras visitas ao Pelourinho, junto com a famÃlia e o amigo inseparável Gildásio, me sugeriu uma homenagem a Noel Rosa, o poeta da Vila, no dia quatro de maio, data do falecimento do autor de Fita Amarela, Com que Roupa eu Vou, Três Apitos...
Durante trinta e poucos anos, lá estava ele com a famÃlia, vários amigos e alguns artistas convidados por ele, para os quais muitas vezes ajudavam a pagar os cachês. Lembro-me do Sr. Canhoto, violão sete cordas, Davi da Viola, Claudete Macedo, Tânia Rosembergue, que interpretava o Gago, como ninguém!
As homenagens começavam às 20h, quando eu fazia uma palestra falando de Noel, abrindo uma exposição de fotos, em seguida aberto o show. Lembro-me de algumas vezes que esse evento foi transmitido pela rádio Globo, com Adelzon Alves, o amigo da madrugada.
À famÃlia de Giuseppe, a Carmela Talento, amigos e admiradores dessa grande figura, os nossos sentimentos.
Clarindo Silva *
Escritor, poeta, jornalista e compositor.
Homenagem em vida: Placa colocada na Cantina da Lua, na passagem dos 70 anos de Giuseppe, em 2016.