Para que serve mesmo um vereador?

Parece que algumas pessoas ainda não entenderam nossa posição em relação às comemorações dos 500 anos do bairro. Já reiteramos várias vezes a importância da iniciativa destacando que o Rio Vermelho tinha mais era que tirar proveito disso. O questionamento feito pelo Blog decorreu da maneira como construíram a programação, com uma série de eventos que não conseguiram até hoje tirar do papel, e sem a menor importância para o bairro, se perdendo, dessa forma, uma ótima oportunidade para discutir e reivindicar da Prefeitura providencias no sentido de estancar o processo de degradação facilmente observado em razão da absoluta falta de manutenção e da inércia do Poder Público para conter, por exemplo, o processo de favelização da Praia de Santana e do Largo da Mariquita.

Os 500 anos deveriam ser comemorados com ações concretas de recuperação das áreas degradadas, com a valorização dos fatos, ou das versões incorporadas á história. Entretanto, apurei em “off”, porque muita gente inclusive do próprio governo tem medo de dar nome aos bois, que a Prefeitura tem dificuldade em fazer uma intervenção na Mariquita, onde deve ser construido o Memorial Caramuru, porque não pode mexer no Mercado do Peixe devido ao apadrinhamento de vereadores e também não conseguem fazer com que as Administrações Regionais funcionem como deveriam, porque os edis, querem nomear para a função cabos eleitorais para trabalhar para eles e não pelo bairro.

Essa realidade que infelizmente nos vivemos, demonstra que não adiante um pequeno grupo se reunir, ter boas idéias, porque sem a participação efetiva dos moradores, dificilmente se consegue avançar. Não conheço um bairro sequer que tenha alcançado melhorias sem lutar por elas, sem ter uma associação de moradores forte e representativa. A função que o vereador tinha no passado, quando andava pelo bairro, conversava com os moradores, mobilizando as pessoas, não existe mais. Hoje se dão por satisfeitos em ficar fazendo indicações ao Prefeito, que invariavelmente são engavetas, ou ainda sessões especiais inúteis, mas que usam nos panfleto e jornalecos, como se estivessem realizando grandes coisas , certamente pensam que assim procedendo enganam os bestas. Diante desses fatos, eu, que sempre defendi o Legislativo entendendo-o como um dos pressupostos básicos para a democracia, já começo a engrossar o coro que questiona na cidade qual a função do vereador.