Por Sarnelli
Tem um tempinho que a Prefeitura da cidade de São Salvador está em reforma e quem passa pela Praça Tomé de Souza, mais conhecida como Praça Municipal, o que mais ouve é o barulho do esmeril raspando ferro para tirar ferrugem, já que a estrutura é metálica e teria sido feita para ser desmontada e retirada dali , pelo menos um dia... Teria sido, digamos, umas instalações provisórias, mas em definitivo...
Não teria chegado a hora de levar aquele emaranhado de ferro para uma outra localização, considerando-se o fato de que não se encaixa num ambiente como o local em que se encontra atualmente, tendo, à sua frente , o imponente Palácio Rio Branco, que se está passando por uma grande reforma e que é uma peça histórica, ao seu lado esquerdo , a Câmara dos Vereadores que também tem história para contar e, ao seu lado direito o famosíssimo Elevador Lacerda, o mais conhecido cartão postal de Salvador?
Sinceramente, não teria sido esta a oportunidade, que estamos perdendo, de se tirar dali aquela coisa que nada tem a ver com o sítio histórico em que se encontra e colocar algo condizente com as características do local?
Pelo seu próprio estilo, a Prefeitura, poderá se dar bem em qualquer outro lugar e até mesmo concentrar mais secretarias em torno de si, que estão espalhadas por aí...
Ponto de vista - A reforma do prédio da Prefeitura
setembro 20, 2009
7
Tópicos:
a praça municipal tem um elevador art-decô, um palácio ecletista, uma câmara-e-cadeia renascentista, uma igreja barroca, e uma associação comercial art-nouveau.
ResponderExcluirNão há nada, absolutamente nada de "histórico" alí. Ela é um palimpsesto de 5 séculos, e ainda bem.
O prédio modernista de João Filgueiras Lima, Lelé - seguramente, o maior arquiteto vivo do planeta! - pode soar estranho alí, e talvez esta seja sua intenção (vide a Pirâmide do Rio Vermelho, a última obra genial de Lelé). Mas é uma obra-prima - não óbvia, mas uma obra prima pra os que não sofrem de analfabetismo urbano.
O defeito dela, alí, não é de estilo, mas de volumetria: com um andar apenas, retira a sintaxe barroca de "muralha" do percurso. Basta acrescentar andares...
Segundo o Senhor, Lucas, tudo combinando direitinho e formando um ambiente saudável...Respeito a sua opinião,apenas a respeito , mas continuo com a minha. Continuo achando que a Prefeitura não se encaixa na paisagem. Antes, naquele local, existiram dois prédios lindos, que serviam à Imprensa Oficial da Bahia e à Biblioteca Pública da cidade. Poderiam estar de pé, servindo a capital baiana de alguma maneira. Ainda bem que, no seu comentário, o Sr.Lucas termina por admitir que há,pelo menos, um defeito e sugere a colocação de mais andares para melhorar o que chama de sintaxe.Mais andares ? Para mim , seria um desastre ! Dentro do meu analfabetismo urbano , mantenho o meu ponto de vista.
ResponderExcluireu não "sugiro" nada. Foi apenas uma constatação: diferente de Diogenes e Assis Reis, e Paschoalino, Lelé não é bom de lidar com volumetria barroca. Note que toda a obra de Lelé é horizontal, tem pouca verticalidade. E a Prefeitura fica numa área de muita massa e relativa verticalidade. Tem um elevador de 70m do lado, por exemplo.
ResponderExcluirApesar de concordar com Sarnelli de que a derrubada dos prédios antigos foi um crime contra a cidade.Mutilaram uma parte da praça para nada, lembro que o prédio da biblioteca era muito bonito, o da grafica nem tanto, mas depois de feita a desgraceira, o novo prédio como foi construido com transparência acredito que não agride o comjunto. Isso, quero deixar claro, na minha opinião de leiga apenas como uma pessoa que observa a cidade.
ResponderExcluirDesculpem ai pela conjunto, no comentário anterior saiu com "m".Não tenho nenhuma laurea mas sua minimamente alfabetizada.
ResponderExcluirPara quem desejar uma lembrança dos dois prédios , lembro que ainda é possivel se comprar um postal naquela banca da própria praça Tomé de Souza, porém em preto e branco, evidentemente.
ResponderExcluirBem Lucas, você constata que no mínimo houve um erro, "ao dar", para um arquiteto bque não lida com volumetria barroca, um projeto numa área tipicamente verticalizada.
ResponderExcluirÉ o tal do analfabetismo urbano...
E também acho que aquele prédio não combina com a arquitetura local.