Ceasinha do Rio Vermelho pode ser interditada

Com condições higiênico-sanitárias precárias e estrutura física carente de reformas, o Centro de Abastecimento do Rio Vermelho (Ceasa/Rio Vermelho) pode ser interditado. A solicitação foi apresentada à Justiça nesta quinta-feira (25), pelo promotor de Justiça de Defesa do Consumidor Aurisvaldo Melo Sampaio, que ajuizou ação civil pública contra a Empresa Baiana de Alimentos S/A (Ebal), administradora do Ceasa, requerendo ordem liminar para imediata interdição e transferência, no prazo de 30 dias, dos comerciantes que lá exercem atividade econômica. Todos eles, explica o promotor de Justiça, devem ser conduzidos a um local que possua condições adequadas de segurança, habitabilidade e higiene, devidamente aprovado pela Vigilância Sanitária (Visa) e Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom).

Na ação, Aurisvaldo Sampaio solicita também que, ao fim do julgamento, a Ebal seja condenada a se abster de desenvolver ou permitir qualquer atividade de comércio ou prestação de serviços no Ceasa até que obtenha laudos favoráveis emitidos pelo Centro de Controle de Zoonoses do Município, Visa e Sucom, atestando, no âmbito das respectivas competências, a observância das normas de higiene, sanitárias, de segurança e habitabilidade no local. Responsável direta pela manutenção da estrutura e das áreas comuns do Ceasa, a Empresa Baiana de Alimentos é quem concede permissão de uso para que comerciantes possam explorar economicamente o espaço através de comercialização de produtos e oferecimento de serviços, informa o promotor de Justiça, lamentando o fato da Ebal estar sendo omissa tanto no papel de administradora do centro varejista, quanto no de permitente. Segundo ele, o centro de comercialização varejista que conta com 154 boxes e cinco restaurantes está desprezando as normas higiênico-sanitárias, o que leva à conclusão de que os produtos alimentícios lá comercializados não atendem aos mínimos padrões de qualidade, essenciais para resguardar a saúde da população.

Em novembro de 2007, a Vigilância Sanitária já havia sinalizado que o Ceasa necessitava com urgência de reforma na sua estrutura e adequação dos boxes, lembra o representante do Ministério Público estadual. De acordo com ele, inspeção da Visa apontou a existência de algumas irregularidades, como funcionamento de pet shops, com a realização de tosas e venda de animais; circulação de animais; fiação elétrica exposta; comercialização de frango abatido sem registro; camarão seco e peixes expostos à temperatura ambiente; entre outros. Em momento posterior, a própria Vigilância constatou que no Ceasa do Rio Vermelho havia alimentos caseiros sendo comercializados sem indicação da composição, data de fabricação, validade e fornecedor; que o teto, piso e paredes estavam em estado de conservação precários; as instalações elétricas e hidráulicas comprometidas; que inexistia proteção nas luminárias contra explosão e queda; ausência de pia exclusiva para higienização de mãos na área de manipulação de alimentos; preparo de carne bovina acontecendo no chão do estabelecimento; inexistia plano de controle contra pragas e vetores urbanos; registrando-se ainda a presença de fezes de ratos, pássaros e cães no local. As péssimas condições estruturais do Centro de Abastecimento foram agravadas em decorrência de incêndio ocorrido no prédio em 26 de dezembro de 2009, o qual teria sido provocado por um curto-circuito em uma das lojas, lembra o promotor, assinalando que o risco de um acidente de grandes proporções ganha contornos ainda mais graves pela reunião de outros fatores, como a inexistência de projeto de proteção contra incêndio e pânico e falta de sinalização dos extintores.

Também a Sucom afirmou que o prédio no qual funciona o Ceasa não possui boas instalações, constatando falta de higienização nas instalações sanitárias; emaranhado de fios e cabos; exposição de mercadorias na área de circulação; inexistência de projeto de proteção contra incêndio e pânico, acrescenta Aurisvaldo Sampaio. Ele chama atenção ainda para o fato de que, em contrariedade com o que dispõe o Código Municipal de Saúde, coexistem, no local, estabelecimentos destinados à comercialização de gêneros alimentícios e clínicas veterinárias e pet shops que se dedicam à tosa e comercialização de animais.( Fonte Portal da Metropole).


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7 Comentários
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  1. Já não era sem tempo. Aquilo lá é uma imundice.
    Cristiano

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  2. Para mim, esse é o começo do fim da Ceasinha !

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  3. É muito mais limpa do que o Mercado do Peixe.

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  4. Com certeza, o Mercado do Peixe não tem solução vai continuar a mesma porcaria de sempre, é o estilo armengueiro se ser.

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  5. A Ceasinha apesar de cara tem uma variedade enorme de itens e produtos de boa qualidade,o que precisa é melhorar a higiene e a infraestrutura. Mas parece que agora é o MP que está administrando a cidade, fechar o centro de abastecimento é deixar mais pessoas desempregados. O que tem que se fazer é corrigir o que está errado e não acabar com tudo como estão querendo.

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  6. Vide as barracas de praia, acabou-se com elas e agora as praias foram invadidas por vendedores clandestinos com isopor e cadeiras espalhadas por toda a parte. Com o fechamento da Ceasinha eles tambem vão aparecer com seus tabuleiros improvisados vendendo produtos que ninguem sabe de onde vem. Não tenham dúvida: "é a síndrome do cacete armado" tão ao gosto de parte da nossa população. E parece que tambem do MP.

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  7. Concordo e lembro que existem gestores e políticos responsáveis que devem ser responsabilizados e penalizados por sua gestão no mínimo duvidosa.

    Tem que dar nomes aos bois. Tem que responsabilizar.

    Mas não é isso que vemos, a saber:

    Fonte Nova;

    Metrô;

    SET, Transalvador;

    Ebal;

    etc...

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