A praia da Paciência é uma das mais frequentada do bairro e também uma das mais bonitas da cidade. É indicada como própria para o banho, apesar dos esgotos que escorrem nas duas pontas. Um deles forma uma grande poça, na verdade parece mais um rio de água podre, que impede o acesso dos banhistas por uma das escadarias, mas os sem educação resolveram dar a ela outra utilidade e serve de sanitário infestada de fezes e urina, o mato toma conta de parte da areia. No outro acesso, onde também corre um esgoto, foi improvisada uma ponte de madeira e o lixo fica acumulado na parte de baixo, são garrafas pet, sacos plásticos, copos, pratos e todo tipo de porcaria. O Criador não economizou em beleza no local, mas, infelizmente, a incompetência humana se encarrega de esculhambar o que a natureza nos dá de graça. Veja os dois lados dessa mesma praia e tire suas próprias conclusões.
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Vista geral da praia da Paciência |
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O tabuleiro, água tranquila e quentinha |
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Piscina natural em meio às pedras |
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Esgoto escorrendo forma um rio de água podre. |
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O mato toma conta da areia |
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Fezes e urina na escadaria |
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Lixo acumulado embaixo da ponte improvisada |
Mesmo na época em que os dois rios desembocavam na praia, ela era limpa, bem como a água. O rio , que escorria junto ao morro , passava por toda Vila Matos a ceu aberto , e por baixo do asfalto , na avenida . Foi embutido para o asfaltamento da rua e acabou por secar... O outro , não carregava esgotos nem porcaria, e, evidente que nem plásticos que não existiam. Seja como for , a praia era mantida limpa e raramente alguém se aventurava a sujá-la . Se faziam pipi, com toda certeza o faziam no Oceâno Atlântico. O povo era, um pouco mais educado naqueles tempos!
ResponderExcluirTambém dela tenho saudades, mas curto a sua lembrança. Foi a praia da minha infância.
Bela reportagem fotográfica, Carmela. Parabéns.
ResponderExcluirO que escorre na areia é uma água muito suja e em grande quantidade, vou procurar saber da Embasa do que se trata.
ResponderExcluirAdoro essa praia, levo meus filhos mas fico sempre no tabuleiro.Se a água for de rio, limpa não tem problema escorrer para o mar, mas é muito suja e fedorenta.
ResponderExcluirA Praia da Paciência (que naquela época era chamada praia da Avenida, a da Paciência ficava mais adiante, após a curva e sumiu com a construção do emissário submarino) foi a praia da minha infância e juventude, era a praia mais frequentada do bairro, naquela época em que os moradores curtiam o Rio Vemelho. Muitas histórias, muitos personagens, muitos amigos (alguns já se foram), muitos namoros com final feliz e ainda tinha o bar de Gradim para tomar uma gelada depois do baba.
ResponderExcluirPino , o bar do Gradin substituíu o armazém do espanhol Apolinário Escariz. Naquele tempo, o imóvel não tinha o andar superior. Era térreo e, bem em frente à ele, ficava o ponto dos bondes nos dois sentidos . Em frente à casa da esquina ,do outro lado da linha dos bondes, havia uma bomba de gasolina que era acionada manualmente pelo espanhol quando, de vez em quando, " aparecia" um carro. O sistema era de fornecimento por gravidade. Bombava para o depósito de vidro o combustível desejado e medido por uma escala e depois abria a válvula para a gasolina escorrer para o tanque do automóvel.
ResponderExcluirÉ verdade Sarnelli, ainda alcancei o armazem de Apolinário que vendia pelo sistema de caderneta e já naquele tempo entregava em domicílio, o "entregador" era um rapaz apelidado de Panela que depois virou sambista famoso.
ResponderExcluirJá a bomba que alcancei foi aquela que ficava próxima a escadaria do lado da Vila-Matos.
Isso ! Também existiu uma bem naquela posição que você indicou , quase que no começou da escada . Se lembra do acendedor de lâmpadas que passava todos os dias nos fins de tardes para acendê-las , de poste em poste, e , nas madrugadas, voltava para apagá-las com a varinha nas mãos ? No fim de tarde ele ligava as navalhas. Nas madrugadas ,claro , as desligava...rsrsrsr
ResponderExcluirO Rio Vermelho já foi assim
ResponderExcluirMuito bom esse bate bola entre Sarnelli e Pino resgatando um pouco da história do bairro para as novas gerações.Antes mesmo do Cartão de Credito seu Gradim já vendia na "caderneta" e não dependia de Banco Central para definir os juros, ele mesmo arbitrava o valor a ser cobrados a depender da demora para quitar as dívidas. Bons tempos!
E tinha tambem o guarda noturno que com seu apito de madrugada não deixava ninguem dormir. O apino tinha duas finalidades, avisar aos ladrões (pouqíssimos naquele tempo) que ele estava na área e mostrar seviço aos moradores.
ResponderExcluirGente, vamos fazer uma campanha para salvar essa praia. Ela é ótima para banho, tem poças, poderia ser mais usada pelo pessoal do bairro. É um descalabro o estado em que ela se encontra...Uma praia urbana, limpa...
ResponderExcluirÉ verdade, Pino. O guarda noturno era uma figura obrigatória na cidade inteira. Boa lembrança . Hoje não temos os silvos dos apitos dos guardas, que ficaram perdidos no tempo e guardados na lembranças de veteranos como nós, No tempo que já se foi ... Temos o silêncio da ausência da segurança .Podemos dormir tranquilos sem " aquela chatisse " de antigamente, a chatisse do apito. A diferença, é que, se o apito do guarda também avisava os ladrões , quém tinha que se preocupar era apenas aquelas pessoas que tinham algumas galinhas no quintal. O máximo que poderia acontecer, era o cara acordar e encontrar o galinheiro vazio! Mas hoje...
ResponderExcluirNaquela época, existiam mesmo os guardas noturnos em toda a cidade e, se você se lembra, as casas protegidas tinham cada qual uma plaquinha indicando a proteção do serviço, pelo qual se pagava uma taxa.
ResponderExcluirA ronda dos guardas era mesmo com o apito cujo silvo era emitido com uma certa regularidade . Incomodava um pouco, é verdade , mas transmitia segurança , a não ser que um deles apitasse bem na sua porta . Sabia-se que, ao menos, tínhamos uma proteção do lado de fora. No entanto, o serviço tinha como reflexo mesmo a função de avisar aos ladrões as posições dos vigilantes . Na verdade, eram poucos. Aqui me refiro aos larápios... O perigo é maior hoje sem os apitos dos guardas. Naqueles tempos, quem tinha mesmo que ter algumas preocupações era quém mantinha algumas galinhas no quintal e, pela manhã, encontrava o galinheiro vazio. Não é que os caras eram capazes de catar as galinhas e até os patos , sem que elas dessem um pio ? Os tempos dos ladrões de galinhas foram tranquilos, não foram, amigo ? Ah , se eles voltassem...
Pino, até parece que marcamos encontro nesta postagem, mas é bom , porque a nova geração fica sabendo algo mais sobre o bairro dos artistas e da boemia, naquela época bastante tranquilo.
ResponderExcluirSe lembra, com certeza, de que os pontos dos bondes, tanto de um lado como do outro, ou seja, nos dois sentidos, eram , um no passeio do armazém ( juntinho do poste que ainda está lá , do Sr.Apolinário, e o outro, claro, do outro lado, mas em paralelo . A esposa do Sr. Apolinário se chamava Maria , a filha, Helena , e um filho, o Manolo , estava fazendo o serviço militar na Espanha.
Havia uma curiosidade , uma peculiaridade,eu diria. A depender dos horários, os passageiros eram sempre os mesmos e , durante a viagem , colocavam os papos em dia,um mexia com outro, contava-se piadas ,tanto na ida como na volta porque os que costumavam pegar um bonde de ida para a cidade , voltavam para almoçar em casa ( naqueles tempos, nada de almoçar nas ruas - isso não existia ! ) e, no fim das tardes , retornavam de vez , quando acontecia estarem presente todos os passageiros que foram para cidade pela manhã na mesma viagem. Começava a se formar um problema quando um dos passageiros de sempre começava a faltar por diversos dias e , então , gerava uma preocupação porque todos queriam saber o que estava acontecendo com fulano. Porque não estava aparecendo ? Será que tinha ficado doente ? Enfim , viajava nos bondes uma comunidade , tanto na ida para o trabalho como na volta, que se encontrava todos os dias . Era uma família ! Havia um filho de francês que morava numa casa bem no alto do morro, no trajeto do bonde, onde hoje parece ser ou ter sido a casa de um banqueiro, que era useiro e vezeiro em armar confusões com o motorneiro . Do lugar em que estivesse,dentro do transporte, se levantava e começava a cutucar o motorneiro, absorvendo a atenção de todos os presentes que já conheciam bem a figura singular . Para que os mais velhos possam se lembrar dele: se chamava René Gueudeville . Com René à bordo, não havia viagem monótona - isso , pela manhã e pelas tardes, diariamente, durante muitos e muitos anos !
Todos os passageiros bem vestidos . Os homens , usando terno completo , inclusive chapéus . Era proibidido fumar nos cinco primeiros bancos...
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