Por Francisco Rebelo
Sem querer, a TV Globo evidenciou
mais uma vez um problema que se torna cada vez maior nesse Brasil afora: o
elevado consumo de bebidas em festas e suas conseqüências sociais. Não me
refiro à matéria veiculada no Fantástico, sobre os casos de acidentes com
motos, mas o “assédio” (para não tomar por verdadeira a suspeita de estupro) ao
vivo e a cores pela “sister” Monique, no programa BBB, enquanto alcoolizada.
Uma simples olhada no entorno de
boates, bares e casas de shows em horário avançado revela uma quantidade
incrível de jovens de todos os sexos completamente fora de si, propensos às
mais variadas formas de violência, desde brigas e assaltos até assédios e “finalizações”
dos mais variados tipos, muitas vezes motivas pela impossibilidade de dar
limites ao “ficar”. Em especial, preocupa a situação
das mulheres, reconhecidamente mais vulneráveis aos efeitos do álcool. Sem controle
de seus atos, ficam à mercê das emoções e do caráter daqueles que as
acompanham, independente de raça, cor, idade e faixa social.
No caso do BBB, o “show” não deve
continuar. Ao contrário, cumpre a Polícia esclarecer a fundo o que aconteceu
(até para que não fique um pré-julgamento no ar) e adotar as providências
cabíveis, confirmado o “excesso” por parte do “brother?” Daniel. E que o assunto não seja esquecido. Acho,
inclusive, que a Globo, formadora de opinião que é, deve
ser mais cuidadosa com as “festinhas” (quase sempre
patrocinadas por marcas de bebidas) realizadas no programa, que
contribuem para tornar plenamente aceita a ideia de que a alegria passa
invariavelmente
pelo excesso.
Pelo tamanho que esse
problema já
assumiu em nossa sociedade (a não ser que queiram jogá-lo para baixo do
tapete), creio que já é hora de pais, educadores e poder público
adotarem posturas mais efetivas, sem hipocrisias, na “desglamourização”
do
álcool, principalmente entre os adolescentes e adultos jovens.
Com a palavra, os
especialistas... e o assunto, para reflexão de pais e mães.