A presença dos moradores é muito importante nessa série de encontros. É preciso ouvir o que os candidatos têm a dizer, até porque, o que vai determinar uma mudança efetiva na administração, não será a simples substituição de quem está ocupando o cargo, mas a capacidade de mobilização da comunidade, para exigir o cumprimento dos compromissos assumidos.
Quanto mais a comunidade estiver informada e organizada, maior será a capacidade de intervenção no destino da cidade. Se ficarmos de braços cruzados, esperando que o novo prefeito resolva os problemas do bairro porque esteve aqui e assumiu compromissos, teremos uma grande decepção, até porque, em outras eleições os candidatos também compareceram ao bairro, inclusive o atual prefeito, que recebeu um documento contendo várias reivindicações, se comprometeu em coloca-las em prática, e esqueceu solenemente.
Portanto, não basta votar, é preciso cobrar e fazer isso de maneira organizada e constante, por essa razão é importante o fortalecimento da associação que realmente representa o bairro. Integra-la, participar das reuniões e ajudar no processo de mobilização. Somente assim teremos esperanças de que alguma mudança poderá ocorrer no Rio Vermelho e na cidade. Se deixarmos a decisão para os partidos políticos que se revezam no poder e nada resolvem, ou para candidatos, por mais bem intencionadas que sejam, vamos, novamente, amargar uma grande decepção. Não se consegue nada sem pressionar o poder público.
Outro problema que o bairro vai ter que se posicionar é sobre essa questão das múltiplas entidades que se apresentam como representantes do bairro. No encontro que o candidato Mário Kertész teve com bloguiros, do qual o Blog do Rio Vermelho participou, ele mostrou-se surpreso e até confuso, com o grande número de associações e entidades que recebeu em seu comitê, dizendo-se representantes do bairro.
Isso acaba confundindo as próprias autoridades, como foi o caso recente da polêmica criada em torno da realização do Carnaval no bairro. Os vereadores receberam um projeto das mãos da Central de Entidades, que diz congregar mais de 11 associações e entidades do bairro, defendendo a realização do quarto circuito do carnaval. Pensaram eles, que essa era a vontade dos moradores, quando, na verdade, a grande maioria dos que residem no Rio Vermelho, rejeita essa possibilidade, conforme ficou comprovado na audiência realizada para discutir o assunto no Salão Paroquial da Igreja de Santana. Cada um pode criar uma associação? Claro que pode, a questão que precisa ser posta é se isso contribui mesmo para ajudar o bairro. Esse é um tema que precisa ser discutido.
