Por Antônio Luis Nilo: Buracão, terra de todos
Existe um lugar em Salvador que milhares de soteropolitanos não conhecem. E esse lugar, acreditem, é uma praia. Detalhe: uma praia urbana, bem no meio da cidade. No coração do Rio Vermelho. Praia essa que vem se transformando, nesses últimos 4 ou 5 anos, num dos ‘picos’ mais alternativos da cidade. Com o insuportável adensamento do Porto da Barra e a intransitabilidade da Avenida Paralela que levava os banhistas mais exigentes às areias de Stella Maris, o povo ‘descolado’ de Salvador acabou adotando a pacata praia do Buracão como a principal alternativa para os finais de semana ensolarados.
Existe um lugar em Salvador que milhares de soteropolitanos não conhecem. E esse lugar, acreditem, é uma praia. Detalhe: uma praia urbana, bem no meio da cidade. No coração do Rio Vermelho. Praia essa que vem se transformando, nesses últimos 4 ou 5 anos, num dos ‘picos’ mais alternativos da cidade. Com o insuportável adensamento do Porto da Barra e a intransitabilidade da Avenida Paralela que levava os banhistas mais exigentes às areias de Stella Maris, o povo ‘descolado’ de Salvador acabou adotando a pacata praia do Buracão como a principal alternativa para os finais de semana ensolarados.
Apesar de oficialmente se chamar Praia Anita Costa, o lugar é conhecido como Buracão. E o motivo é aparentemente simples: a única forma de se chegar ou sair desse paraíso tropical é encarar uma escadaria com mais de 50 degraus. É a rua do Barro Vermelho, defronte ao McDonalds e o Posto Chaminé, que dá acesso à praia. Rua que ficou conhecida por ter como morador-símbolo ninguém menos do que Carlinhos Brown que, por sinal, vendeu sua belíssima casa para a construção de um edifício que inevitavelmente vai ajudar a sombrear ainda mais as areias do Buracão, especialmente nas tardes de Inverno e meias-estações.
A praia tem como características físicas, além, é claro, de estar escondida dos moradores da cidade, a presença de muitas pedras, recifes e um mar que impõe extremo respeito. São frequentes os casos de salvamento. Compondo o cenário, dezenas de edifícios residenciais debruçados sobre a magnífica paisagem que se rende à proteção do imponente Forte de Amaralina.
Mas o que chama a atenção nesse pequeno éden de poucas árvores e muitos coqueiros é a complexa diversidade das pessoas que frequentam a praia: de rapazes malhados, que exibem seus corpos bronzeados em acrobáticas apresentações no ‘salãozinho’, a casais masculinos que, de maneira contida, expressam o seu carinho; de casais de namoradas tatuadas e desinibidas a garotas que se escondem para tirar suas saias jeans e expor, longe dos olhares curiosos, suas pernas torneadas e desejadas; dos atléticos jogadores de frescobol que, apesar dos 40 ou 50, ainda esbanjam saúde, às turmas de gordinhos com suas ‘mãos de playmobil’ onde se encaixam copos e copos de cerveja; da ingenuidade de pais novos, que aproveitam as águas quentes das piscinas da maré baixa para banhar seus pequenos, à malandragem dos frequentadores ‘locais’ que, além de impor o respeito através de seus códigos, ainda salvam os desavisados que insistem em nadar com mililitros de álcool a mais no sangue; dos caretas aos muito loucos; dos intelectuais aos anabolizados; das patricinhas às Hare Bo.
Todos convivendo em harmonia. Dividindo poucos metros de praia com total democracia. E, apesar das diferenças, interagindo com alegria e respeito. Acreditem, esse lugar fica na Bahia. Esse lugar fica no Brasil.
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finalmente alguém para falar da melhor praia urbana do brasil,BURACÃO ,NOSSA PRAIA PARTICULAR,SÓ FALTA UM SALVA VIDAS, E POLICIAIS MILITARES PARA POR ORDEM EM ALGUNS RAROS MOMENTOS .
ResponderExcluirPraia marivilhosa, só seria melhor se a maré fosse menos braba, tomar banho de mar no buracão é barril.
ResponderExcluirGostaria de saber a opinião de todos sobre a falta de salva vidas na praia. Grato.
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