O espetáculo conta, de forma lúdica, como acontecia o programa de rádio, com tudo que se tem direito. Uma banda e uma orquestra acompanham, ao vivo, os cantores, dançarinos, intérpretes teatrais, todos crianças. O espetáculo mostra como é possível, em meio a um tempo digital, de redes sociais, a criança ter permissão de criar e brincar, sem controles digitais.
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Tudo começou com Adroaldo Ribeiro Costa, que ficou trinta anos ininterruptos com os meninos e meninas da Bahia, nas ondas do radio baiano. Nesses milhares de programas diários, milhares de composições musicais, arte-dramáticas, esquetes foram produzidos. Até hoje todo esse material é estudado e aplicado, com uma metodologia peculiar, a de educar através da arte. A Hora da Criança já mudou e ainda transforma a vida de muitas crianças.
Ana Elise, que mora no bairro de Santa Cruz, tem apenas cinco anos e já sonha com o que vai ser, quando crescer. "Quero ser bailarina", diz a menina, que é acompanhada pelas colegas, como se sonhassem o mesmo sonho juntas. Assim como elas, mais de dez mil crianças, nos últimos 19 anos-tempo em que a instituição funciona no endereço atual, já tiveram a oportunidade de serem educadas pela arte.
"É uma diversidade. O universo infantil é extremamente rico em conteúdo e Adroaldo enxergou isso. Como um gênio, traduziu da melhor forma possível. Ele criava um personagem para cada criança, pelo que ela apresentava na roda com as demais. Todas participavam e participam. Aqui não há exclusão", analisa Josélia Almeida dos Santos, presidente da Hora da Criança desde a morte de Adroaldo, há 29 anos.
Em salas ambientadas para atender a necessidade de cada linguagem artística, seja ela música, teatro, dança ou artes visuais, alunos de escola pública e particular se encontram. Eles aprendem e convivem: uma junção de dois mundos que parece impossível mas poderá ser visto na homenagem a Ribeiro Costa, cuja coordenação é de responsabilidade da premiada diretora teatral, Débora Landim.
Adroaldo Ribeiro Costa
Nasceu em Salvador, no bairro do Rio Vermelho, em 13 de abril de 1917. Logo pequeno foi à Santo Amaro, onde fundou, aos 17 anos, um grupo de encenação. Voltou a Salvador para estudar e se formar em direito. Ao tempo em que não deixou a arte de lado, em pouco tempo deu continuidade ao que já iniciara em Santo Amaro, como professor, e começou a arrebanhar jovens e crianças. Em 1943 inicia nas rádios o programa Hora da Criança, que dura até 1973 sem sair do ar. Antes, porém, em 1946, membros da torcida do Bahia o procuram e ele compõe o hino do clube. Adroaldo morreu em 1984, vítima de câncer. Do legado deixado, régua e compasso a Gilberto Gil, Quarteto em Cy, Fernando Passos (publicitário) e tantos outros famosos e anônimos que se rendiam a sua forma de educar o universo infantil. Adroaldo compôs milhares de músicas, esquetes e diversos textos, entre eles operetas e peças teatrais. O baiano conseguiu feitos como encantar Monteiro Lobato ao ponto de ele, que não viajava de avião, se deslocar de São Paulo à Salvador, com uma comitiva, para assistir a Opereta Narizinho. Do acontecimento surgiu a última criação infantil de Lobato, o libreto da peça.Serviço:
O QUÊ? Programa de rádio- O Homem da Hora da Criança
QUANDO? 14 e 15 de setembro de 2013. Sábado às 19h e domingo, às 17h.
ONDE? Teatro Hora da Criança (Avenida Juracy Magalhães JR., s/n)
QUANTO? R$ 10 (Preço Único)
Ingressos à venda na sede da Hora da Criança.
