Ele explicou que a ocupação na verdade faz parte de uma pesquisa “Teatro que Corre nas Vias”, nome da tese que está desenvolvendo e o trabalho é realizado com artistas que são atores, bailarinos, músicos e filósofos, em diverso locais da cidade. A ação que promoveram na Rua do Canal, chama-se “Aqui poderia ser um rio”.
Ele disse que trabalha com geografia com conceito de lugar, e escolhe na cidade lugares invisíveis, mas que têm potencial para serem transformar em lugares de convivência da população : “O meu processo é através do corpo dos artistas viver esse espaço de forma a dar vida a ele. Como esse que é um espaço de passagem,mas que as pessoas tapam o nariz quando passam por aqui, é um descaso, mas ao mesmo tempo com a gente aqui, quando as pessoas passam e observem falam: Nossa! que legal, que bonito, então por que é legal, por que é bonito? Porque tem pessoas ocupando, tem pessoas fazendo coisas, tem vida” , acrescentou.
Ele acredita que a partir do momento em que as pessoas que vivem a cidade ocuparem esses lugares eles terão mais chances de serem transformados, requalificados “Não é todo lugar que temos sombra, aqui tem, mas não temos um banheiro com água para tomar um banho, independente do Canal estar poluído, isso aqui é um rio. Então é assim, se as pessoas ficarem o tempo todo só reclamando e deixando o lugar cada vez mais invisível, sem vida, sem ocupação, isso aqui vai ficar cada vez pior. Então se tem um morador quem vem ler um livro, se vem trazer as crianças para brincar, mesmo sabendo de todas as dificuldades, isso pode chamar atenção, o poder público pode dizer: Não, a gente não pode deixar as pessoas assim porque eles vão reclamar, vão expor a situação nas redes sócias, vão falar para a imprensa.”
Outros locais da cidade também já foram visitados pelo grupo com o mesmo objetivo; “A gente vai onde vê que aquele lugar é cênico, que cabe ser vivido, mas para isso é preciso dar as condições , as pessoas não podem ficar vulneráveis, mas esse lugar aqui no Rio Vermelho tem todas as condições para ser ocupado”, enfatizou.
O projeto na verdade mostrar artistas com preocupações que vão além da encenação para o simples entretenimento, tem a função didática de mostrar a importância da ocupação dos espaços da cidade pela população. Quanto mais as pessoas se tranca em suas casas os espaços públicos vão ficando cada vez mais deteriorados.
Marcelo Souza Brito diretor de teatro e doutorando em artes cênicas
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Muito interessante essa postagem, gostei da abordagem e do trabalho de conscientização que o grupo está fazendo. Parabéns!
ResponderExcluirPARABÉNS �� BLOGDORIOVERMELHO por reportagem tão rica de amor �� sensibilidade, enfim... Parabéns ��!!!
ResponderExcluirWalter Gama morador que também faz sua parte para uma melhor qualidade de vida do morador deste bairro tão querido.
Se os governantes tivessem vergonha na cara não teriam deixado o rio se transformar em um esgoto a céu aberto. Já gastaram tanto dinheiro em programas de saneamento construindo emissários e a situação continua a mesma: esgotos lançados nos rios e nas praias. Lamentável!
ResponderExcluirUm belo exemplo os artistas sindo da sua área de conforto para dar exemplo de que é preciso viver a cidade.
ResponderExcluirParabéns para a senhora Carmela pelo belo texto e olhar sensível ao nosso trabalho e a tod@s que têm carinho pelo lugar que habita!
ResponderExcluirCongratulações a este Diretor e sua equipe, para uma mostra de valoração, em locais perdidos no meio da cidade, podendo oferecer tanto do que é nagado à criança, ao jovem, ao adiantado em idade (idoso, velho)...O poder público tem sua função, e o cidadão, a obrigação de reclamar, exigir, mas também fazer sua parte,a exemplo deste grupo. Com a referida postagem, este ato através da arte, repercutirá, certamente e caminhará na direção do desejado..
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