Bairro-Escola Rio Vermelho lembra que mudanças são feitas de muito trabalho e diálogo entre todas as partes

Bairro-Escola Rio Vermelho lembra que mudanças são feitas de muito trabalho e diálogo entre todas as partesQuerido Rio Vermelho:

Nós, do Bairro-Escola Rio Vermelho, acreditamos que as mudanças em uma sociedade são feitas de muito trabalho e diálogo entre todas as partes. E tem sido assim a nossa atuação neste bairro.

A iniciativa começou a se articular no Rio Vermelho no segundo semestre de 2012 através de quatro instituições sem fins lucrativos: a CIPÓ – Comunicação Interativa, que atua há 16 anos pela garantia dos direitos de crianças, adolescentes e jovens através da democratização da comunicação e educação; o Instituto Inspirare, um instituto familiar que atua pela educação integral inovadora em diversos estados do país; Associação Cidade Escola Aprendiz, que fez em diversas cidades do país projetos de bairro-escola e o Instituto Chapada que atua há 10 anos principalmente no interior da Bahia em prol da qualidade da educação pública.

A ideia desde sempre foi fazer deste bairro tão querido pela cidade um lugar melhor para nossas crianças, adolescentes e jovens através de uma colaboração entre o território e as escolas públicas. A ideia é fazer com que os espaços públicos sejam mais acolhedores e que cada pessoa possa colaborar nos processos de ensino e aprendizagem.

Bairro-Escola Rio Vermelho lembra que mudanças são feitas de muito trabalho e diálogo entre todas as partes

Para isso, mobilizamos muitos moradores, artistas, associações, pequenos e grandes empresários, poder público, pesquisadores, diretores, professores e estudantes de sete escolas públicas existentes no bairro e outras que foram se agregando ao processo. As decisões sobre o Bairro-Escola Rio Vermelho são tomadas através de reuniões mensais abertas que chamamos de Grupo Ampliado, de forma democrática e participativa. A próxima acontece no dia 22/07, às 17h, no Colégio Euricles de Matos.

O fato de existirem tantas escolas públicas no bairro faz com que muitas crianças e adolescentes que moram no Rio Vermelho e nos bairros do entorno (Chapada, Nordeste, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas, Vasco da Gama, etc) estejam por aqui durante grande parte de seu tempo. E desejamos que durante este tempo em que elas estão neste bairro (e também nos seus bairros, já que a ideia é que o movimento vá tomando conta da cidade), elas vivam mais experiências que tragam aprendizados para seu desenvolvimento integral.

Ao longo destes 3 anos, temos mantido diálogo com a prefeitura para algumas atividades, como foi o caso, por exemplo, da participação da prefeitura em Seminários realizados pelo Bairro-Escola Rio Vermelho, e da ocupação, durante duas edições do Festival da Primavera, da praça ao lado da igreja, que apelidamos carinhosamente de Praça Pôr do Sol.

Em 2013, representantes que integram a articulação Bairro-Escola Rio Vermelho, participaram de reuniões sobre a obra do Rio Vermelho e tivemos a oportunidade de compor grupos de trabalho e sugerir alterações no projeto, que já estava pronto - não foi um projeto construído coletivamente. - ela já havia sido concebido e fizemos críticas e sugestões em cima dele, tais como:

  • Não concordamos em cobrir o rio (não foi acatado pela prefeitura);
  • Interiorização do projeto para que o entorno das escolas fosse valorizado através de melhoria no calçamento, iluminação e sinalização de área escolar (não foi acatado pela prefeitura);
  • Mais sinais de trânsito e revisão dos tempos de sinal vermelho para permitir a travessia de pedestres, considerando também crianças, pessoas idosas ou com dificuldade de locomoção (não foi acatado pela prefeitura);
  • Redução da velocidade em todo o bairro, com fiscalização eletrônica extensiva (não foi acatado pela prefeitura);
  • Maior visibilidade para as escolas e as trilhas escolares, mantendo e/ou criando mais faixas de pedestres (não foi acatado pela prefeitura);
  • Criação de ciclofaixas escolares: conexão das escolas com as praças e outros espaços públicos (teatros, bibliotecas, praias e espaços de lazer) (não foi acatado pela prefeitura);
  • Manutenção da quadra na orla, que é muito utilizada pelos estudantes dessas escolas públicas (acatado pela prefeitura);
  • Manutenção da barraquinha de coco na frente do restaurante Aogobon (acatado pela prefeitura);
  • Mudança de alguns lugares de estacionamento (acatado pela prefeitura).

Vimos hoje que as plantas baixas da obra foram disponibilizadas pela prefeitura no Blog do Rio Vermelho e algumas preocupações vieram à tona:

  • Já vimos que na planta da Praça Pôr do Sol, por exemplo, não tem nenhuma construção e o que podemos ver é que está sendo feita um quiosque/casa;
  • A ciclovia acaba no Teatro Sesi e só retorna após a Fonte do Boi, para onde irão os ciclistas neste intervalo?;
  • A Rua do Meio aparentemente será uma rua muito movimentada e o fato de existir uma escola municipal ali nos preocupa.

O Bairro-Escola Rio Vermelho acredita que o crescimento do envolvimento dos moradores só tem a acrescentar para o fortalecimento da democracia em nossa cidade.

É muito bom e saudável que cada vez mais pessoas participem das discussões e reflexões sobre nosso Rio Vermelho, seja através de ocupação de espaços públicos, seja participando de reuniões, seja dialogando através das redes sociais. Nós acreditamos que a mobilização de qualquer setor do Rio Vermelho será muito importante para a fiscalização das obras, como controle social.

Ainda há muito que se discutir com a prefeitura e pedir esclarecimentos. Vamos manter o diálogo com a prefeitura, com empresários, com as associações, com as escolas públicas, com os moradores...

Serão muito bem vindos os que quiserem fazer parte dessa articulação que é o Bairro-Escola Rio Vermelho. Mas salientamos que nossas ações estão e estarão sempre relacionadas à melhoria da educação. A ocupação dos espaços públicos, por exemplo, sempre foram calcados na construção de espaços para que as crianças e adolescente tivessem a oportunidade de desenvolver seus potenciais educativos. Não somos uma associação de moradores, nem de empresários, nem de escolas. Somos uma articulação comunitária com foco na melhoria da educação pública articulando o território com seus ativos e na ampliação das trocas de conhecimento e inovação nos processos de aprendizagem com as escolas do bairro.

Temos um Plano com ações prioritárias para 2015 e 2016 para o desenvolvimento integral das crianças, adolescentes e jovens construídos ao longo de 2014 com muita participação da comunidade e que precisa da participação de muita gente para ser colocado em prática.

Queremos colaborar com a construção de um bairro educador através de muito trabalho e união de interesses através do diálogo seguindo alguns princípios que estão publicados em nossa Carta de Princípios.

Gostaríamos ainda de convidar a todos que tiverem o interesse em conhecer melhor a proposta do Bairro-Escola Rio Vermelho para participarem da ocupação na Praça Pau Brasil (ao lado do Manoel Devoto) no dia 7 de agosto pela manhã, com a instalação de uma Unidade de minibiblioteca em parceria com o Projeto Livres Livros e fazer atividades de leitura com crianças e adolescentes das escolas do bairro. Levem suas famílias.

Atenciosamente,
Bairro-Escola Rio Vermelho

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7 Comentários
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  1. Creio que seria mais justo colocar o link para a carta original, a qual está sem trechos destacados e com links diversos que ajudam a melhor compreender o teor da carta:

    http://bairroescolarv.org.br/2015/07/carta-ao-rio-vermelho/

    Link para o projeto da praça

    http://bairroescolarv.org.br/wp-content/uploads/2015/07/Projeto-DBB-Pra%C3%A7a-Por-do-Sol.pdf

    Carta de princípios

    http://bairroescolarv.org.br/biblioteca/carta-de-principios/

    ocupação de outras praças

    http://bairroescolarv.org.br/2015/07/ocupacao-de-leitura-em-praca-no-rio-vermelho/

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  2. Gostaríamos de prestar nosso total apoio a todas as colocações feitas pelo Bairro Escola. Estes indicativos apresentados, contemplados ou não pela prefeitura, sem dúvida, amplia e enriquece o debate sobre o projeto de requalificação do nosso bairro. Acreditamos que estas sugestões em muito contribui, sem ter necessidade alguma de paralisação da obra, nem tão pouco de audiência pública, pois, são pequenos ajustes no projeto, não desconfigurando em nada a sua originalidade. Branco e a Colônia Z-1 se coaduna integralmente com as sugestões apresentadas e, nos colocamos a disposição para dialogar conjuntamente com a prefeitura, esses pequenos ajustes, porém de relevante importância. Parabéns!

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  3. Gostaríamos imensamente de uma resposta da Prefeitura sobre a questão do vácuo na ciclovia, entre o Sesi e a rua Fonte do Boi, não faz o menor sentido... a hora de corrigir esse erro gravíssimo é agora.

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  4. Falando da Praça Pau Brasil, vale lembrar que o local está completamente às escuras. A Prefeitura precisa mandar trocar as lâmpadas para maior segurança dos moradores e dos alunos do Colégio Manoel Devoto que circulam à noite na área.

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  5. Já que a palavra está com a Prefeitura quero pedir maiores esclarecimentos e definição das ações que a Prefeitura vai tomar em relação a PRAIA DA PACIÊNCIA. Li aqui, que Fernando Guerreiro reafirmou que o saneamento da praia iria ocorrer. Que tal um release explicando as ações que serão tomadas pela Prefeitura sobre a Praia da Paciência? Quando os moradores se reuniram com a Embasa e o Inema sobre o assunto, ambos afirmaram, que a Prefeitura é a responsável pela galerias das águas pluviais e esgoto que desaguam na Praia da Paciência e só ela poderia fazer e solicitar a Embasa que esses dejetos sejam direcionados para o emissário(Bahia Azul) que fica na Praia. QUEREMOS SABER!

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