27 de setembro é o Dia Mundial do Turismo, e neste ano a cidade está a cinco dias da eleição para novos gestores, mas nenhum candidato apresentou um plano objetivo para a atividade. O Centro Histórico está desmoronando e perigoso, e para completar a ruína do setor, o Centro de Convenções desabou parcialmente e o Governo do estado anunciou nesta data sua demolição definitiva. Infelizmente, não há o que comemorar!
Não se sabe quando haverá outro, pelo menos enquanto Rui Costa, PT, for governador da Bahia e ACM Neto, DEM, for prefeito de Salvador. Os dois negligenciaram completamente a principal atividade econômica do município, viraram as costas para o Pelourinho, não dão importância para a segurança do circuito turístico, e travam uma guerra inútil de realizações populistas, acusações e publicidade.
Nenhum dos dois governos, ou seus partidos e aliados, têm conhecimento, programas ou responsabilidade institucional com a atividade que até pouco tempo sustentava centenas de milhares de pessoas na Bahia! Na capital, vitrine para ambos, eles estão à mercê dos empreendedores do setor, notadamente do segmento de turismo de eventos, que insistem na necessidade do centro de convenções. É compreensível, pois é possível ganhar muito dinheiro numa única convenção, como se ganha nos camarotes de carnaval. E turismo cultural ou náutico, e a cadeia produtiva, que se danem!
Há iniciativas, sim, porém pontuais e inúteis para recuperar o fluxo e as posições perdidas nos últimos anos. Os principais gargalos – aeroporto, Pelourinho, centro de convenções e segurança – realmente são responsabilidades do Governo do estado, entretanto, não só dele. Nem o retorno de Paulo Gaudenzi há 3 anos, com a criação do Salvador Destination, conseguiu reunir interesses, projetos e recursos para necessidades básicas de qualquer segmento de turismo. Há planos, mas para futuro incerto. Por enquanto, a primeira capital do Brasil, terra de gigantes da cultura nacional, tenta atrair turistas com as maiores expressões da cultural local atual: cantores de axé!
Acontece que a cidade vem perdendo operadores, turistas, postos de trabalho e renda desde 2007, quando Jaques Wagner suspendeu a recuperação do Centro Histórico e o Centro de Convenções ainda funcionava, mas o Convention Bureau e agências locais desviaram eventos para o Litoral Norte, principalmente Costa do Sauípe, onde foi construída a Arena Sauípe. Funciona, mas não é o ideal! Simplesmente porque as empresas e pessoas querem visitar os atrativos onde realizam ou participam de eventos, e o Pelourinho está longe daquele lugar e abandonado! Salvador poderia ter o melhor centro de convenções do mundo, mas as seguradoras de viagens não querem expor seus clientes à indigência e delinquência do seu centro histórico.
É desculpa, desinformação ou ingenuidade culpar apenas o Governo do estado, pois este já se sabia que não trabalha pelo turismo na capital nem no estado. E a Prefeitura tem responsabilidades, sim, com o turismo da cidade, com as praias, com o Pelourinho, com os eventos! Se mobilizasse metade dos recursos que mobiliza para festas já teria retirado muitos indigentes daquela área, e se pusesse metade da Guarda Municipal para trabalhar nos atrativos, daria mais segurança a todos. Uma das principais reclamações do turista em Salvador são o assédio, agressão verbal e outras hostilidades de vendedores de rua, mas a Prefeitura não tem conhecimento ou não consegue resolver isto.
Passaram-se quatro anos e o Prefeito, Vice-prefeita, vereadores – com honrosas exceções! – e secretários, querem votos, inclusive do pessoal do turismo da cidade, que não é pouco, pois ainda há milhares em hotéis, transportes, agências, lojas e restaurantes, e nos atrativos. Gestores que passaram quatro anos saltando sobre montes de merda no centro da cidade, ‘desviando dos sacizeiros’, dando esmolas, convivendo com o puteiro bizarro na Praça da Sé e com César, um louco que dá pedrada, tenta queimar a cara das pessoas com cigarro, e costuma mostrar sua genitália quando surta. Fizeram mil festas, mas não conseguiram pintar a lateral da Catedral Basílica nem fazer nada pelos azulejos do São Francisco! Mas querem votos para mais quatro anos!
O turista que ainda passa por aqui lamenta ver a bela fachada da encosta onde está o Elevador Lacerda, desfigurada. Há outra tragédia anunciada: o desmoronamento da Casa dos Azulejos na Praça Cairú, apesar da promessa de reforma. A irresponsabilidade do Governo da Bahia e Prefeitura de Salvador têm sido tão grande que resultou em denúncia na UNESCO, seção Brasil, mas ninguém consegue sensibilizar os organismos de defesa e gestores do patrimônio histórico cultural da região, muito menos os populistas e acomodados gestores políticos. Cultura não dá voto, miséria, sim!
É triste, mas é reversível, pois Salvador é um destino consagrado e querido! E destino cultural, não apenas de eventos. Ao contrário, os eventos precisam da cidade e seus atrativos, e de segurança. Essa geração de gestores públicos que está aí, políticos e civis, é responsável pela ruína de parte considerável do Patrimônio da Humanidade, do turismo e da economia da cidade, sendo responsáveis diretos pelo desemprego e violência! Portanto, senhores candidatos, ainda está em tempo de pensar e, pelo menos, mencionar intenções concretas, responsáveis e sustentáveis para o turismo de Salvador!
*José Queiroz é guia de turismo
Nenhum dos dois governos, ou seus partidos e aliados, têm conhecimento, programas ou responsabilidade institucional com a atividade que até pouco tempo sustentava centenas de milhares de pessoas na Bahia! Na capital, vitrine para ambos, eles estão à mercê dos empreendedores do setor, notadamente do segmento de turismo de eventos, que insistem na necessidade do centro de convenções. É compreensível, pois é possível ganhar muito dinheiro numa única convenção, como se ganha nos camarotes de carnaval. E turismo cultural ou náutico, e a cadeia produtiva, que se danem!
Há iniciativas, sim, porém pontuais e inúteis para recuperar o fluxo e as posições perdidas nos últimos anos. Os principais gargalos – aeroporto, Pelourinho, centro de convenções e segurança – realmente são responsabilidades do Governo do estado, entretanto, não só dele. Nem o retorno de Paulo Gaudenzi há 3 anos, com a criação do Salvador Destination, conseguiu reunir interesses, projetos e recursos para necessidades básicas de qualquer segmento de turismo. Há planos, mas para futuro incerto. Por enquanto, a primeira capital do Brasil, terra de gigantes da cultura nacional, tenta atrair turistas com as maiores expressões da cultural local atual: cantores de axé!
Acontece que a cidade vem perdendo operadores, turistas, postos de trabalho e renda desde 2007, quando Jaques Wagner suspendeu a recuperação do Centro Histórico e o Centro de Convenções ainda funcionava, mas o Convention Bureau e agências locais desviaram eventos para o Litoral Norte, principalmente Costa do Sauípe, onde foi construída a Arena Sauípe. Funciona, mas não é o ideal! Simplesmente porque as empresas e pessoas querem visitar os atrativos onde realizam ou participam de eventos, e o Pelourinho está longe daquele lugar e abandonado! Salvador poderia ter o melhor centro de convenções do mundo, mas as seguradoras de viagens não querem expor seus clientes à indigência e delinquência do seu centro histórico.
É desculpa, desinformação ou ingenuidade culpar apenas o Governo do estado, pois este já se sabia que não trabalha pelo turismo na capital nem no estado. E a Prefeitura tem responsabilidades, sim, com o turismo da cidade, com as praias, com o Pelourinho, com os eventos! Se mobilizasse metade dos recursos que mobiliza para festas já teria retirado muitos indigentes daquela área, e se pusesse metade da Guarda Municipal para trabalhar nos atrativos, daria mais segurança a todos. Uma das principais reclamações do turista em Salvador são o assédio, agressão verbal e outras hostilidades de vendedores de rua, mas a Prefeitura não tem conhecimento ou não consegue resolver isto.
Passaram-se quatro anos e o Prefeito, Vice-prefeita, vereadores – com honrosas exceções! – e secretários, querem votos, inclusive do pessoal do turismo da cidade, que não é pouco, pois ainda há milhares em hotéis, transportes, agências, lojas e restaurantes, e nos atrativos. Gestores que passaram quatro anos saltando sobre montes de merda no centro da cidade, ‘desviando dos sacizeiros’, dando esmolas, convivendo com o puteiro bizarro na Praça da Sé e com César, um louco que dá pedrada, tenta queimar a cara das pessoas com cigarro, e costuma mostrar sua genitália quando surta. Fizeram mil festas, mas não conseguiram pintar a lateral da Catedral Basílica nem fazer nada pelos azulejos do São Francisco! Mas querem votos para mais quatro anos!
O turista que ainda passa por aqui lamenta ver a bela fachada da encosta onde está o Elevador Lacerda, desfigurada. Há outra tragédia anunciada: o desmoronamento da Casa dos Azulejos na Praça Cairú, apesar da promessa de reforma. A irresponsabilidade do Governo da Bahia e Prefeitura de Salvador têm sido tão grande que resultou em denúncia na UNESCO, seção Brasil, mas ninguém consegue sensibilizar os organismos de defesa e gestores do patrimônio histórico cultural da região, muito menos os populistas e acomodados gestores políticos. Cultura não dá voto, miséria, sim!
É triste, mas é reversível, pois Salvador é um destino consagrado e querido! E destino cultural, não apenas de eventos. Ao contrário, os eventos precisam da cidade e seus atrativos, e de segurança. Essa geração de gestores públicos que está aí, políticos e civis, é responsável pela ruína de parte considerável do Patrimônio da Humanidade, do turismo e da economia da cidade, sendo responsáveis diretos pelo desemprego e violência! Portanto, senhores candidatos, ainda está em tempo de pensar e, pelo menos, mencionar intenções concretas, responsáveis e sustentáveis para o turismo de Salvador!
*José Queiroz é guia de turismo