Por conta da postagem publicada no Blog sobre a bagunça em que se transformou o Rio Vermelho durante a madrugada, o debate foi amplificado nas redes sociais , com opiniões contra e a favor, como se a questão fosse um plebiscito. Teses das mais variadas, desde o argumento de que o povo precisa se divertir até acusações de que a burguesia se incomoda quando a periferia desce para o asfalto povoaram ao livre pensar nos comentários espalhados em diversos perfis. Tratar um problema de falta de educação, de cidadania, de respeito ao convívio social, como uma questão de diferença de classes é querer desviar o foco do problema. O que acontece no Rio Vermelho, com som nas alturas até altas horas da madrugada, infelizmente, é uma postura que está presente em todos os grupos sociais e tem se generalizado, que é o egoismo individualista, "eu quero me divertir, bradar, colocar som nas alturas e quem quiser que se dane, porque essa é a minha vontade!" Em nenhuma cidade do mundo acontece uma esculhambação dessa, até mesmo no Carnaval, que é a maior festa de rua do planeta, tem hora para terminar, então, porque motivo no Rio Vermelho esse barulho tem que ser permitido todos os finais de semana? Será que não dá para se divertir com o som dentro dos paramentos que a lei estabelece e ficar cada um na sua e a alegria continua! Se todos são submetidos às mesmas leis e se existe uma tal Lei do Silêncio, qual a razão de se admitir que um grupo esteja isento de respeita-la!
Legislação – A Lei Municipal 5.354/98 estabelece que, de 7h às 22 horas, só é permitido emitir 70 decibéis; e de 22h às 7h, apenas 60 decibéis. A lei também prevê que a emissão sonora gerada em atividades não residenciais somente poderá ser efetuada após expedição pela Semop do Alvará de Autorização para Utilização Sonora.A punição para quem desrespeita a lei é autuação, embargo, apreensão e interdição. Além disso, toda apreensão está atrelada a uma multa, que varia entre R$ 860 a 160 mil, conforme o índice de decibéis emitido acima do permitido. Denúncias devem ser direcionadas à Semop, pelo 156, telefone do Fala Salvador. O serviço funciona 24 horas, todos os dias da semana. Informações para a recuperação dos equipamentos podem ser obtidas pelo telefone (71) 3202-9416.
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