"É uma grande honra ver que o meu livro está dando oportunidade para pessoas talentosas fazerem a sua arte e, com isso, manterem o legado do meu avô vivo para futuras gerações. É realmente tocante. Agradeço a vocês por me permitirem cumprir essa missão”, elogiou Noa.
O espetáculo se passa nos trinta segundos que a autora leva para se levantar e chegar ao palanque onde fará uma homenagem ao seu avô. Ela foi escolhida pela família para falar no dia do funeral de Yitzhak Rabin. Insegura, ela revive emoções em um jogo narrativo que mistura as lembranças da infância, marcada pela tragédia, resgatada pelo amor de sua família, o medo constante, o impacto caótico da guerra, o ódio de fora e também de dentro do país.
Encantada com o texto desde a primeira leitura - há mais de 10 anos – Clarissa Kahane ganhou o livro de sua avó, quando ainda era adolescente (aos 17), e decidiu, em parceria com o produtor Miguel Colker, levar esse relato emocionante para o teatro. A montagem tem direção de Daniel Herz e consultoria dramatúrgica de Evelyn Disitzer. Nesse trabalho, a atriz dá continuidade à parceria com o diretor Daniel Herz, com quem trabalhou em diversos projetos como atriz ediretora assistente.
“Na insegurança de uma jovem em enfrentar o mundo com a palavra, ela precisa enfrentar os fragmentos de uma convivência intensa e amorosa com seu avô. Num momento de tantas incertezas, tantos radicalismos macabros, encenar “Meu Saba” traz um alento, a possibilidade da coexistência pacífica na diferença”, diz o diretor Daniel Herz.
O cenário criado por Bia Junqueira é minimalista e estrutural. Uma caixa branca abriga vários tijolos organizados em linha formando uma passarela. O trajeto representa o percurso que Noa irá percorrer até chegar ao púlpito, onde fará o discurso em homenagem ao avô. Também espalhados em diversos pedaços pelo palco, os tijolos representam a construção e a desconstrução da história, das memórias da autora.
O figurino de Antônio Guedes procura transmitir a força e a delicadeza da mulher israelense. A roupa traz referências dos anos 90 com peças sobrepostas e estampas xadrez, dialogando com a estética contemporânea da peça. Para viver Noa, Clarissa trocou os cabelos longos e loiros por um corte na altura dos ombros e ruivo. Em cena, ela veste uma camiseta-body de tule preto, por cima um vestido xadrez em tons escuros. Uma bota de cano curto completa o figurino.
“Meu Saba” tem produção da Palavra Z Produções Culturais, direção de produção de Bruno Mariozz e conta com patrocínio da Klabin S.A. através da Lei Rouanet.
MEU SABA
- Local: Teatro SESI Rio Vermelho
- Endereço: Rua Borges Reis, 9. Rio Vermelho - Salvador - BA
- Dias: 16 e 17/12
- Horário: 20h
- Classificação: 12 anos.
- Duração: 60min
- Telefone: (71) 3616-7064
- Ingressos: R$ 20,00 (meia-entrada) e 40,00 (inteira)