Foto divulgação -Tatiana Azeviche |
Ícone do turismo religioso e um dos principais cartões-postais da Bahia, a Igreja do Bonfim está ampliando a oportunidade de o visitante conhecer mais sobre a história da basílica dedicada ao santo protetor dos baianos. Além das missas e do ritual das fitinhas, o novo memorial já está aberto ao público, assim como uma das torres, onde quem sobe ganha visão privilegiada da Península de Itapagipe, em Salvador.
O museu foi reaberto após passar por delicado trabalho museológico de seleção e reorganização de ex-votos, fotografias, pinturas e objetos litúrgicos que ajudam a contar a história de mais de 260 anos da basílica. As visitas podem ser feitas de terça-feira a domingo, das 8h às 17h. O ingresso custa R$ 5. A experiência é marcante para quem se interessa pelo turismo religioso, segmento responsável pela atração de mais de 5 milhões de visitantes à Bahia a cada ano, segundo a Pastoral do Turismo.
Entre as principais peças do acervo estão obras atribuídas a José Teófilo de Jesus, da Escola Baiana de Pintura, que retratam 36 importantes passagens da Bíblia, como o primeiro milagre de Jesus, durante as Bodas de Canã, além de três quadros de canto tidos como os únicos do Brasil. Imagens do Senhor do Bonfim e santos como Nossa Senhora das Rosas, indumentária dos sacerdotes e instrumentos utilizados em celebrações, a exemplo de cálices, sineta e relicário, completam a coleção.
Segundo o padre Edson Menezes, reitor do Santuário do Senhor do Bonfim, o museu é uma oportunidade de expandir a experiência de baianos e turistas na igreja. “Este é mais um atrativo. Na Colina Sagrada estão pedacinhos que formam um mosaico de experiências deste lugar místico, de forte espiritualidade”, explica.
O conjunto de atrativos agradou as mineiras Heloísa e Taís Ricardo. Pela primeira vez em Salvador, mãe e filha contemplaram a basílica do Bonfim no roteiro turístico montado após consultas a blogs de viagem. As duas se disseram emocionadas com o ambiente de paz no templo e encantadas com a hospitalidade do povo baiano. “O museu agrega ainda mais valor à igreja”, acrescentou Taís, que é estudante de Psicologia.
Gesto de agradecimento
A fé no Senhor do Bonfim motiva fiéis em busca de benesses e milagres. Como forma de agradecer as bênçãos do santo, os religiosos levam ao templo símbolos conhecidos como ex-votos (pinturas, placas, réplicas de partes do corpo e outros objetos). É assim desde a abertura da igreja, em 1754. Esses objetos são o grande destaque do museu instalado na Igreja do Bonfim – a basílica receberá investimento do Governo do Estado para a modernização das instalações elétricas.
“A própria igreja é um ex-voto”, pontua Francisco Pitanga, juiz da Devoção do Senhor do Bonfim, referindo-se à construção, no período do Brasil Colônia, como pagamento de promessa feita pelo capitão de mar e guerra da Marinha portuguesa Theodózio Rodrigues de Faria, após sobreviver a uma tempestade.
O museu tem início justamente na Sala dos Milagres, também conhecida como Sala dos Ex-votos, e termina com a subida até uma das torres do templo, de onde se contempla a Península de Itapagipe e a Baía de Todos-os-Santos.
Fonte: Ascom/Setur