No ano de 1944 a festa para Yemanjá, no Rio Vermelho, foi tema de uma ampla reportagem da então prestigiadíssima revista "O CRUZEIRO", na época o mais poderoso dos veículos de comunicação do país (o único que alcançava todo o território nacional!). O autor da reportagem foi o jornalista Odorico Tavares, que levou pessoalmente o sociólogo francês Roger Bastide ao Rio Vermelho. Nessa foto o cientista social aparece junto à Casa do Peso (Odorico, também de paletó, está atrás). Bastide - que atento observa os detalhes da manifestação festivo-religiosa - chegara ao Brasil seis anos antes, integrando uma missão de professores europeus que veio ensinar na recém-implantada Universidade de São Paulo. Aqui estudou e pesquisou sobre o Brasil e sua cultura, principalmente as religiões de matriz africana, tendo escrito vários livros sobre a Brasil, sendo um deles "Candomblé da Bahia", hoje um clássico. Roger Bastide morou uma temporada aqui e chegou a ser iniciado em um dos candomblés. Ele esteve também no Recôncavo e (obviamente !) apaixonou-se por Cachoeira e sua feira livre, que lembrou-lhe a África.
Em tempo: embora a Festa de Yemanjá seja sempre em 2 de Fevereiro, a reportagem só foi publicada numa das edições do mês de julho. E essas fotos são apenas a abertura da reportagem, contida em quatro páginas.
A Biblioteca Nacional Digital disponibiliza uma grande parte de seu acervo online e gratuitamente. O Blog do Rio Vermelho localizou a matéria citada por Jorginho Ramos em seu Facebook.