Apenas no mês de janeiro, o valor das dívidas chegou a R$ 180 mil, mostra, ainda, a lista de despesas – dos 113 varejistas, mais da metade não conseguiu arcar com as tarifas. A Enashopp afirma que a taxa de inadimplência acumulada no local, de 2014 a 2018, é de 14,5%, e defende que não houve redução de clientes.
Na lista das cobranças, está o preço do condomínio, orçado em R$ 80 por metro quadrado. O valor está na média da cobrança em shoppings de Salvador para abrir um restaurante em praças de alimentação, que varia de R$ 40 a R$ 150. Já o aluguel de um box, também por m², custa R$ 60 no Mercado. Na antiga Ceasinha, os proprietários de uma loja de 34,5 m² pagavam R$ 1.125 por aluguel e condomínio; hoje, num boxe de 39 m², pagam R$ 3.150.
Apesar do local mais espaçoso, os permissionários começam a ouvir reclamações de clientes. O estacionamento, agora pago, se torna um problema. Por uma das 240 vagas é preciso pagar R$ 3 por hora. No Shopping Barra, duas horas saem por R$ 6 e cada hora adicional é tarifada em R$ 1. “Já basta ter que pagar no shopping. Aí eu vou para feiras de bairro mesmo ou supermercados”, comenta Mara Viana, 51, moradora da Pituba que deixou de frequentar o Mercado.
Da inauguração até 2017, pelo menos 20% dos permissionários, de acordo com a Enashopp, já fecharam seus boxes por não conseguir acompanhar as despesas. A empresa diz ter registrado, em contrapartida, uma média de 5% de abertura de novos negócios. Na data da inauguração, informou a empresa, apenas 97 dos 171 boxes estavam ocupados. Cinco anos depois, o número cresceu, mas ainda está aquém da plena ocupação: 25 espaços estão fechados. Em junho deste ano, deve ser lançada licitação pública para ocupar os boxes.
Leia matéria completa no Correio 24h, matéria de Fernanda Lima com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier e edição de Mariana Rios.