Cacau do Pandeiro é um dos maiores músicos do país e ao longo das décadas se destacou por divulgar o chorinho nos quatro cantos do Brasil e também no exterior. Batizado como Carlos Lázaro do Cruz, ficou conhecido com o apelido que ganhou na infância, quando ainda muito pequeno já demonstrava o talento para a música e a paixão pelo pandeiro. Nos anos de 1940, fundou a Orquestra Yemanjá e teve suas primeiras participações no grupo de choro, pioneiro na Bahia, “Os Ingênuos”. No Rio vermelho, juntamente com amigos fundou, o bloco Lero-Lero, que anima o Banho a Fantasia uma manifestação cultural, alternativa ao Bando Anunciador que foi extinto no final da década de 60, mas o Banha à Fantasia segue firme e forte percorrendo as ruas do bairro 15 dias antes do Carnaval. No ano passado lá estava Cacau com seus 89 anos, comandando a massa. O Lero-lero se tornou a sua grande paixão e a sua filha Luciana, tem se desdobrado para fazer a vontade de pai colocando todos os anos o bloco na rua.
Nascido em 1929, no Rio Vermelho, em Salvador, bairro onde continua residindo na Vila Matos, Cacau é considerado como “Símbolo da percussão do Brasil “, foi mestre de muitos artistas e ensinou a arte de dar som ao pandeiro a muitas gerações. Cacique Brown por exemplo não esquece das lições aprendidas como Cacau. Em entrevista à Revista Raça ele afirmou: “Uma vez Cacau me disse: ‘Vou te dar um toque. A mão é a nossa baqueta, tem que saber usá-la. Aqui não é a rua. Aqui, no estúdio, você precisa ser mais suave (ao tocar o pandeiro). Se você bate com mais leveza, a música soa bem melhor, com doçura. Na rua, você até dá tapa no pandeiro, aqui você dá carinho.’ Nunca esqueci isto e apliquei para todos os instrumentos”.
Homenagem merecida para aquele que sempre animou e coordenou a alegria, na Vila Matos e Rio Vermelho. Parabéns Luciana, que continuou a tradição do Lero Lero. Povo ordeiro e festeiro.
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