O presente principal levado pelos pescadores para o barco Rio Vermelho para ser entregue a Rainha das águas (foto G1).
O dia ainda estava raiando quando uma alvorada de fogos despertou os moradores anunciado a chegada do presente principal, prenda que os pescadores oferecem todos os anos à rainha das águas e que somente é conhecido no dia da festa. Esse ritual desperta a curiosidade dos devotos que se concentram desde a madruga nas proximidades da Colônia de Pesca Z1. Querem ser os primeiros a desvendar o mistério. A chegada do presente principal é sempre em grande estilo e muita gente se emociona.
Neste ano, o presente confeccionado foi uma enorme concha com a imagem da orixá no centro. Geralmente a colônia encomenda o presente a um artista da terra, mas o que pouca gente sabe, é que foi exatamente há 40 anos, que o artista e carnavalesco Nelson Maleiro, o Gigante de Baguidá, começou essa tradição de presente mais bem elaborado, ofertando uma imensa coroa luminosa à Rainha do Mar.
Passado o ritual da chegada do presente principal começa na Praia de Sant`Anna o vai e vem dos barcos levando as oferendas dos devotos que preferem se antecipar e cumprir com as obrigações logo pela manhã e sem enfrentar a longa fila que se forma para depositar o presente nos mais de 600 balaios que ficam no caramanchão à disposição dos fiéis .
À medida que os balaios vão enchendo são levados para um tablado que é montado na areia da Praia de Sant`Anna onde ficam até a hora da saída do presente principal que geralmente acontece por volta das 16h30, seguindo por uma procissão de navios. Muita gente também prefere colocar as oferendas diretamente no mar, andando pelas pedras ou simplesmente na beira do mar, onde se postam em sinal de reverencia para agradecer e fazer seus pedidos.
Enquanto o ritual religioso acontece no caramanchão durante todo o dia, na rua a festa vai rolando até a noite, com várias manifestações: roda de capoeira, pequenas batucadas, grande blocos a exemplo dos Amigos do Rio Vermelho, festas nos estabelecimentos comerciais, protestos, manifestações isoladas e feijoadas, muitas feijoadas! Até porque, festa na Bahia também é sinônimo de trabalho é hora de faturar uma graninha extras, ainda mais nesses tempos de crise onde os empregos estão cada vez mais escassos. Por isso cada garagem, cada espaço se transforma em uma oportunidade de negócio. Embora a feijoada ao longo dos anos se transformou no cardápio principal, outros pratos são sérvios a exemplo do mocotó, dobradinha, etc.
Confira imagens da festa a movimentação foi grande desde o inicio da manhã.
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