Apesar de ser uma das formas mais eficazes para solucionar problemas e aproximar pessoas, o diálogo nem sempre é tratado com a importância devida. Especialmente no caso de crianças e jovens, manter um ambiente aberto para todo tipo de conversa pode ser um importante instrumento para prevenir problemas associados à saúde mental, pois esse público é muito sensível às mudanças características dessa fase da vida. Para colaborar na tarefa – nem sempre fácil – da comunicação entre pais e filhos, a Holiste Psiquiatria promove mais uma edição do Conversa com os Pais, evento que tem entrada gratuita e visa a debater temas associados à infância e à juventude.
Conforme dados da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), problemas relacionados à saúde mental são responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos. Os sintomas aparecem principalmente aos 14 anos, mas a maioria dos casos, ainda segundo a Opas, não é detectada e tratada, o que pode se agravar na fase adulta. Isso intensifica a importância dos pais estarem atentos e abertos a conversar com seus filhos, valorizando suas questões e observando sinais de que algo pode não estar bem.
“Existem formas distintas de manifestação da angústia e do sofrimento, desde comportamentos como ansiedade, agressividade e isolamento, até transtornos mais severos, como TDAH, anorexia, autismo, depressão e tentativas de suicídio. É um período no qual muitas questões aparecem e, às vezes, as crianças não conseguem lidar com isso sozinhas. Até mesmo os pais não dão conta de dar o suporte adequado, sendo necessária a ajuda de um profissional”, explica Daniela Araújo, psicóloga e coordenadora do Núcleo Infantojuvenil da Holiste.
Entender a individualidade da criança ou do adolescente, mesmo em uma fase onde a personalidade está em formação, é um desafio. Daniela alerta que crianças muito agitadas e inquietas podem, por exemplo, ser precipitadamente taxadas de hiperativas.
“Há uma determinada fase da criança em que é importante querer experimentar tudo ao seu redor. Ela não senta porque quer brincar, não se alimenta porque a brincadeira é mais interessante. Isso faz parte do desenvolvimento normal e natural; o que precisamos ficar atentos é quando esse comportamento sai do controle e causa prejuízos ou sofrimento à criança. É preciso dar tempo para as coisas se acomodarem e, acima de tudo, entender e respeitar a individualidade de cada um”, detalha Itatiara Xavier, terapeuta ocupacional.
Da fala às outras formas de comunicação
O Conversa com os pais traz três palestras, de diferentes profissionais, trazendo pontos de vista diferentes sobre a questão da comunicação com a criança e com o adolescente.
“Desenvolvimento da Fala: como identificar alterações”, é o tema que será tratado pela fonoaudióloga Giciane Reis. Já Itatiara Xavier aborda “A importância da organização da rotina na comunicação”. Por fim, “A arte como via de expressão” será o assunto da palestra da arterapeuta Élia Cardoso.
“A arte transforma de maneiras tão inusitadas que, por vezes, aparecem coisas totalmente inesperadas. A arteterapia é um recurso terapêutico que possibilita estabelecer um canal de expressão e comunicação natural, espontâneo e lúdico, características importantes no trabalho com o público jovem”, define Élia Cardoso.
O encontro ocorre no dia 27 de abril, às 9h, no auditório da Holiste Psiquiatria. As inscrições devem ser realizadas pelo siteconversa.holiste.com.br, pois as vagas são limitadas.
Conversa com os pais
- 27 de abril, às 9h
- Onde: No auditório da Holiste Psiquiatria
- Inscrições: Pelo site www.holiste.com.br. Vagas limitadas.