A morte do sambista Riachão, figura exponencial da música baiana, deixa a cidade ainda mais triste. Nas ruas de Salvador ninguém mais vai se deparar com aquela figura de pouco mais de um metro e meio, usando um terno branco sempre impecável, camisa vermelha , uma toalha no pescoço, na mais perfeita linhagem do sambista do morro. Tinha como característica um sorriso largo que iluminava todos o seu rosto, ainda mais quando cantarolava um dos muitos sucessos que o fizeram conhecido em todo o país na voz de grandes interpretes, entre os quais Caetano Veloso, Maria Bethânia, Cassia Eller, Gil e tantos outros.Juntamente com Jakson do Pandeiro, seu parceiro em diversas composições, Riachão foi sem dúvida, o maior sambista deste país. Ele queria chegar aos 100 anos, fez até uma letra manifestando esse desejo, quase chegou lá, morreu aos 98 , dormindo, de acordo com os seus familiares.
Várias vezes esteve no Rio Vermelho se apresentando, notadamente nas homenagens pela passagem do Dia do Samba. O Blog do Rio Vermelho gravou uma dessas apresentações em junho de 2012, quando ele estava comemoração aos seus 90 anos. Nesse dia, em um palco montado na antigo Mercado do Peixe, na Mariquita, ele estava mais inspirado do que nunca, deu um show de alegria e vitalidade , cantando e sambando, colocando no chinelo muita gente com bem menos idade do que ele. Siga em paz querido Riachão, a gente por aqui vai ficar com saudade, mas com a lembrança do sua infinita alegria, que nem as tragédias que afetaram sua vida foram capazes de tirar.