A sexta-feira (22) amanheceu com a noticia do desabamento de parte de um casarão na esquina da entrada da Rua Fonte do Boi, no Rio Vermelho. Felizmente, não tinha ninguém passando no local no momento do desastra. A Defesa Civil de Salvador (Codesal) interditou o local. A informação foi divulgada na imprensa como mais um imóvel velho que não resistiu à chuva, mas, na verdade, esse casarão tem história no Rio Vermelho. Ele foi cenário de um dos crimes mais rumorosos registrados na cidade na década de 70, quando funcionava no local o Bar e Armazém do Pinho, o assassinato do Embaixador do Haiti no Brasil, Delorme Méhu.
Segundo informações da época , o embaixador costumava visitar Salvador com muita assiduidade. Ficava hospedado no Hotel Meridien e tinha o hábito de frequentar o Bar onde comprava cigarro e bebia água de coco. No dia três de julho de 1977, por volta das 10h30, quando deixava o Armazém foi atingido por tiros e morreu no local. O crime que teve ampla repercussão , inclusive na imprensa internacional, ocupou durante vários dias as páginas policias dos jornais . Depois desse fato, o dono do Bar, em uma homenagem póstumas ao cliente ilustre, mudou o nome para Bar do Embaixador e assim ficou funcionando até encerrar as atividades. Há alguns anos o imóvel está fechado a exemplo de tantos outros existentes no bairro. Sem manutenção acabou não suportando a grande quantidade de chuva que tem caÃdo sobre a cidade nos últimos dias, mas a sua história permanece na memória de muitos moradores antigos do bairro e registrada nos jornais da época e no livro O Rio Vermelho, do escritor Ubaldo Porto ( já falécio) .