Um avô genial

Este desenho de autoria do  genial  Pasquale De Chirico ,em crayon é tão perfeito que parece retrato. O artista foi morador pioneiro do Rio Vermelho em uma casa projetada por ele e construída  na Pedra da Sereia, onde funcionou ( ou funciona) o restaurante Sukiyaki. Quem cuida de preservar a arte e a memória De Chirico é o neto Bartolo Sarnelli, antigo morador do Rio Vermelho. O desenho foi enviado por ele,  exatamente na véspera do Dia dos Avós.  Aos 91 anos e  muito lúcido, Sarnelli foi um dos incentivadores da criação do Blog do Rio Vermelho com o qual muito colaborou sempre enviando informações relevantes e fotos clicadas por ele retratando o dia a dia do bairro.

Apesar de ser o mais importante escultor de monumentos de rua de Salvador, o poder público ainda esta devendo uma homenagem ao avô de Sarnelli colocando  o seu nome ou um busto em logradouro do bairro. Em 2013, a pedido da Amarv,  a então vereadora Aladilce Souza conseguiu aprovar projeto de lei na Câmara Municipal para renomear  a Praça da Santa Cruz, no Rio Vermelho, com o  nome de Pasquale De Chirico, mas  a iniciativa foi vetada pela Sucom, com base no Artigo 5º da Lei 3.073/79, segundo o qual, não é permitida a alteração de nomes de logradouros já oficializados. O fato é que a Prefeitura não teve interesse em levar a proposta adiante, se tivesse, poderia acatar a sugestão e propor um novo logradouro , afinal, durante a requalificação da orla, novas praças foram construídas, inclusive a que fica na entrada da  Rua Pedra da Sereia, onde o artista residiu, até o fim da vida . 

Nascido em Venosa, cidade ao sul da Itália, em 1873, Pasquale chegou ao Brasil em 1893, com 20 anos. Por dez anos  morou em São Paulo até vir para Salvador, onde lecionou na  Escola de Belas Artes da Bahia de 1918 a 18 de março de 1932, ano em que tomou posse como titular  da cadeira de escultura, cargo que exerceu até agosto de 1942. Foi um professor extremamente ativo e uma figura importante da vida acadêmica e social da cidade, um artista atuante que não se limitou apenas ao âmbito da Academia.

Suas  obras estão nas praças mais conhecidas de Salvador a exemplo  da estátua do Poeta Castro Alves, O Cristo da Barra, o monumento ao Rio Branco, Conde dos Arcos, General Labatut (na Lapinha), Misael Tavares, Manoel da Nóbrega e a Índia, Tomé de Souza. São de sua autoria as esculturas que contornam o anfiteatro do Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus, datadas de 1909, entre outros.

 Infelizmente, a obra deixada por ele no Rio Vermelho o Medalhão a Eurycles de Mattos, incrustado em uma coluna de granito, desapareceu, acredita-se ter sido furtado.


Desenho de tão perfeito  parece um retrato 
                                                                 
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