Cidade desfigurada

Por considerar pertinente e de acordo com o que este blog vem se propondo que é mostrar como a cidade vem sendo desfigurada devido a intervenções desastrosas, republico o cometário abaixo de jornalista Samuel Celestino extraido do site http://www.samuelcelestino.com.br/ .

UM CRIME CONTRA A CIDADE
A população não pode concordar ou discordar quando não está suficientemente informada sobre a questão. Agora decidiu, "democraticamente", pela remoção das pedras portuguesas na Barra, em enquete efetuada, por granito, cimento e coisas que tais, sem que fosse antes explicada a razão do uso delas pelos portugueses nos passeios com a utilização de pedras pretas, brancas e, em alguns casos, avermelhadas. Os passeios da Orla do Rio de Janeiro, especialmente de Copacabana, são um das atrações da cidade, um dos seus símbolos. Na Barra, a Prefeitura as substituiu. Claro que a população não julgou a estética, a história lusa, mas sim a praticidade reagindo contra a má conservação dos passeios. Os passeios de pedras portuguesas em Salvador estavam banguelos, desalinhados, difíceis para o trânsito do pedestre. Ao invés de conservá-los, a Prefeitura com seus arquitetos ou palpiteiros burros, jumentos de orelhas desproporcionais ao corpo, ao invés de atentar para a tradição os removeu, assim como as amendoeiras, e assim como, lá na década de 70, para informar que Salvador entrara na era da modernidade, o governador ACM e o prefeito Clériston Andrade implodiram com dinamites num, "show" para a população, todo um quarteirão na Praça Municipal, onde estavam a Imprensa Oficial, a Biblioteca Pública e um prédio ocupado pela então Delegacia de Jogos e Costumes. No lugar, fizeram o que a população denominou de "Cemitério de Sucupira", uma idiotice de cimento, que, para escondê-lo, tempos depois o então prefeito Mário Kertész construiu, em 15 dias, o atual Palácio Thomé de Souza. Na primeira metade do século passado, demoliram também a Catedral da Sé. Crime urbano sobre crime urbano. Assim terminarão por demolir o Elevador Lacerda, os fortes e o Farol da Barra. Se duvidarem aterram a Baía de Todos os Santos. Eles não têm compromisso com a tradição e a história, mas apenas com a sua ignorância...
(Samuel Celestino)