Tempo de Caruru na mesa

Mês de setembro se caracteriza em Salvador por um a farta distribuição de caruru e o Rio Vermelho não foge à regra e são muitas as casas que matem a tradição. Motivados por várias razões, alguns respaldadas na fé católica em São Cosme e São Damião, ou no sincretismo, o fato é que essa devoção, renovada a cada ano, proporciona mesa farta onde o caruru, feito com quiabo cortado, camarão seco, e temperado com cebola, castanha e amendoim e gengibre e dendê, é o prato central.

O acompanhamento é variado. Depende da situação financeira de quem está oferecendo. De modo geral inclui vatapá, galinha, farofa, acarajé, abará, banana da terra frita, e outras delícias que proporcionam às mesas um colorido notável, e ao estomago, uma bomba calórica. Mas isso é apenas um detalhe, ninguém está preocupado.

Os sete meninos que são chamados para compor a mesa e servidos antes de começar a distribuição do caruru, representam os sete irmãos ( Cosme, Damião, Dou, Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi).

A tradição é tão forte que o professor Cid Teixeira costuma dizer que nesse período, quem não for convidado para comer um caruru em Salvador é porque está ruim de amigos.

Também já virou tradição a distribuição de doces nas sinaleiras que inclusive já começou para desespero das mães que vêem os filhos correndo atrás dos carros disputando as guloseimas. No dia 27, data da festa, algumas pessoas entregam quentinhas com caruru, para moradores de rua. E assim cumpre-se mais uma tradição entre as muitas dessa Bahia e todos os santos e crenças.