A Copa dos baianos: é hora de união
Fernando Schmidt
Conciliar toda a gama de interesses e expectativas de diversos segmentos da sociedade a um patamar que satisfaça a sua grande maioria exige compromisso, paciência e, acima de tudo, constância no exercício da prática democrática. Apresentado o projeto do novo Estádio Octávio Mangabeira/ Fonte Nova para a Copa, tem sido o nosso propósito discutir coletivamente o futuro da arena multiuso da Bahia. Para tanto, o Estado tem apresentado o projeto em diversos fóruns de discussão.
O que pretendemos é um projeto sustentável, capaz de elevar Salvador ao mesmo patamar de outras cidades que já abrigaram eventos esportivos internacionais, como Copa do Mundo e Olimpíadas. Estamos preparando a cidade para a Copa e o depois da Copa,quando a maior beneficiada será a população de Salvador.
A nova Fonte Nova, por exemplo, além de poder abrigar os jogos do Bahia e do Vitória, terá condições de receber as grandes turnês de estrelas de primeira grandeza do cenário mundial da música pop, algo totalmente inviável, hoje, em nossa cidade por falta de espaços adequados.
O Estádio Roberto Santos, em Pituaçu, totalmente requalificado, abrigará um centro olímpico. Serão construídas duas piscinas, sem que haja impactos à exuberância natural daquele espaço. É preciso lembrar que a empresa vencedora da licitação para a reconstrução da Fonte Nova terá também o encargo de construir as novas piscinas, em Pituaçu, em substituição às que deixam de existir com o novo estádio.Somando-se a isso, temos o projeto de um ginásio em Cajazeiras e os estudos para a construção de um equipamento semelhante em Ondina, uma parceria com a Ufba.
Porém, o que mais nos ocupa e, ao mesmo tempo, motiva é a série de benefícios que o fato de sediar a Copa trará para Salvador. Os investimentos em infraestrutura na capital baiana só nos sistemas viário/transporte, aeroportuário e portuário,além de investimentos na área de saneamento e habitação somam, aproximadamente, R$ 2,7 bilhões. Entre as principais intervenções já previstas estão: conclusão das obras do metrô de Salvador; dragagem e ampliação do Porto de Salvador; construção da Via Expressa Baía de Todos os-Santos, que liga o Porto de Salvador à BR-324; implantação da rede integrada de corredores de transporte e outras obras de mobilidade urbana na região metropolitana; recuperação e revitalização do Centro Antigo; urbanização de bairros populares; ampliação do sistema de abastecimento de água e esgoto; construção de nova pista de pouso e decolagem no aeroporto de Salvador; construção de novo terminal marítimo para passageiros, entre muitas outras obras. Uma verdadeira revolução urbanística está por vir.A nova Fonte Nova, com seus diversos equipamentos (business center, café, restaurante, museu do futebol), tem um custo líquido estimado em R$ 554 milhões, e este valor se aproxima do custo de outros estádios nacionais, considerando-se o valor médio por assento.
Após o mundial de futebol, Salvador e os baianos terão ao seu dispor um equipamento esportivo de porte internacional, com sustentabilidade econômica, financeira e ambiental, uma considerável melhoria da infraestrutura urbana permanente (transporte, saneamento básico, saúde e energia), potencialização de novos investimentos na cidade, geração de emprego e renda com inclusão social.
A Copa é o maior evento midiático mundial, gerando uma grande visibilidade para o Brasil, para a Bahia e para Salvador, que certamente terá um incremento no número de turistas. Bons exemplos não faltam mundo afora.
Barcelona e Atlanta estão nesse rol de cidades que viram como eventos esportivos de grande porte contribuem para a transformação urbana, social, cultural e econômica. Com Salvador, não será diferente.
Agora é a hora da união, da convergência, na qual sociedade, meios de comunicação, governos e iniciativa privada devem trabalhar juntos com transparência, determinação, responsabilidade e competência. Não podemos nos permitir que esta oportunidade singular nos escape. Não há dúvida de que os investimentos realizados pelo governo Jaques Wagner, longe de constituírem algum tipo de desperdício, significam enorme ganho para a cidade e para a melhoria da qualidade de vida de todos os baianos.
Destruir a Fonte Nova pra fazer outro vai ser um erro triplice. Senao vejamos:
ResponderExcluir1) aquilo embaixo é um brejo! Implodido, nao vai ter dinheiro que dê conta pra terminar um novo estádio;
2) Reformar a Fonte Nova, e construir outro em outro lugar nas normas de FIFA (como fez o Rio de Janeiro ao construir o Engenhão), é mais barato e mais inteligente. Sem isso, a Fonte, hoje uma area multiuso, vai ter um uso unico, e pobre;
3) é um estadio deslumbrante de Diogenes Rebouças, em que ele rompe com preceitos arquitetonicos fundamentais. Por exemplo, ele tem vista pra o Dique. Diria mais: o vale dos Barris perde sentido estetico sem a Fonte Nova. O Rio preservou o Maracanã por isso: é de Eduardo Reidi. Minas preservará o Mineirão do premiado Paulo Mendes da Rocha. Só que Diogenes não deve nada a nenhum dos dois: era um pensador de cidades, com um senso estético e climatico ainda mais apurado - fruto de quem se criou uma capital barroca. A diferença é que Diogenes nao é tao conhecido nem valorizado - um erro que urge reparar: é um dos maiores arquitetos do sec XX. Nada deve a um Frank Lloyd Wright.
4) a memoria do E.C.Bahia está ligada intestinamente a Fonte Nova. Eu nem gosto de futebol, e acho o Bahia mediocre. Mas é um patrimonio imaterial da cidade, do estado, e do esporte brasileiro (nao ha torcida mais fiel). Acho que o mais vitoria-doente do mundo nao duvidaria de que, so por isso, a Fonte Nova (de Diogenes!) deve permanecer la como está - apenas devidamente reformada.
Curioso: pelo que sei Schimidt defende exatamente o que estou dizendo...
Acredite quem quiser...
ResponderExcluirPor que eu não acredito e tenho quase certeza que seremos substituídos por outra cidade.
Viveremos para vê...
O inferno esta cheio de boas intenções, Fernando Schmidt? Este já orbita a décadas nossa política...
Acho que o legado da Copa para Salvador sera assim,
ResponderExcluirhttp://bahiaempauta.com.br/2009/09/folhapf-vai-indiciar-empreiteiras-por-fraudes-em-licitacoes-de-aeroportos-vador-no-meio/
Faz muito tempo que ele está na politica mas é uma pessoa série.
ResponderExcluirPREVEJO MUITAS DIFICULDADES para o governo do estado levar o projeto de contrução da Nova Fonte Nova a frente. A escolha do projeto vencedor (uma cópia de um estádio alemão) não agradou aos representantes do CREAA e a muitos arquitetos baianos, tambem não foram feitos vários estudos: impacto ambiental, onde serão jogados milhares de metros cúbicos de entulho, será implodido (quais as consequências?) ou quebrado na nmarreta?, alem de todas as questões abordadas com propriedade por Lucas. I
ResponderExcluirInterssante é que esses governos chegam ao poder se dizendo democráticos, transparentes e participativos mas depois querem decidir tudo trancados nos gabinetes e aí haja embargos, haja liminares. Vamos esperar para ver o que vai acontecer.
Tenho dúvidas sobre esses beneficios que estão anunciando para a cidade se realmente tiver condições de sedir jogos da Copa. O que vejo é uma cidade sem planejamento, sem projetos, sem educação. Nada ainda se falou sobre esses meninos de rua, o que será deles até 2014?
ResponderExcluirEscrevi longamente sobre isso hoje: http://ultimobaile.com/?p=1812
ResponderExcluirse quiser re-publicar aqui, fique a vontade (desde que coloque o devido link).