Trambolho desagrada a gregos e troianos
Outra intervenção que não estava prevista e que vem causando grande revolta, diz respeito a autorização para a construção de centrais da Coelba em locais completamente inadequados, o que até mesmo a FMLF reconhece, mas, apesar disso, as obras continuam em andamento. Há um consenso inclusive entre moradores que apoiam o projeto de que esses equipamentos constituem-se em uma agressão ao bairro.
Em reunião realizada na quarta-feira (12) à noite no Alto da Sereia, muitos questionamentos também foram levantados por moradores, a exemplo da retirada da colônia de pescadores da Mariquita, para a construção, segundo denunciaram, de um grande quiosque a ser ocupado por um conhecido restaurante de Salvador. Essa retirada dos pescadores não constava do projeto.
Não dá para desconhecer que o bairro teve origem com uma colônia de pescadores, expulsa-los simplesmente é desconhecer a história do Rio Vermelho. Alias, é bom lembrar que essa mesma Fundação elaborou o projeto de revitalização da Mariquita, em 2010, na gestão do ex-prefeito João Henrique, onde estavam previstos memorial a Caramuru, um módulo para exposição de artesanato indígena, um mirante, uma área para shows folclóricos, restaurante e estacionamento, além de reforma da colônia União dos Pescadores da Mariquita e toda a obra foi embargada pela Justiça Federal, com a alegação de estar em território da União, acatando denúncia do urbanista Luiz Antônio de Souza, professor da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) e morador do bairro. Apenas a construção do mercado do Peixe foi autorizada por ocupar o mesmo espaço do que já existia. Uma obra que diga-se de passagem, apesar do projeto bonito, com os toldos em forma de vela de barco, desde o incio foi motivo de várias criticas pelos próprios permissionários,
A prefeitura recorreu argumentando que o projeto foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pela Superintendência do Patrimônio da União (SPU) e tinha licença ambiental da Superintendência do Meio Ambiente, além de alvará da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom), mas nada disso foi suficiente para levar a obra adiante e até mesmo a construção que chegou a ser iniciada para exposição de artesanato, teve que ser demolida, jogando, literalmente no lixo, recursos públicos. Agora uma nova edificação será feita na mesma área. Ai fica a pergunta: O que mudou de 2010 para cá?
O que seria local para venda de artesanato teve que ser demolido |