Presidente da FeBHA defende Palácio Rio Branco e diz que Salvador não precisa de novos hotéis

Por Silvio Pessoa *

Salvador é o terceiro maior polo hoteleiro das capitais, ficando atrás somente de São Paulo e Rio de Janeiro, temos 404 hotéis e 40.000 leitos. No ano de 2018 ficamos com uma ocupação de 62% na hotelaria, isto significa uma ociosidade de 15.200 leitos diariamente (38%) deixando de faturar nesses 365 dias R$ 277.400.000,00 somente com diárias na hotelaria, sem mensurar o restante da cadeia produtiva que interage com outros 50 setores da economia. O ano passado foi o primeiro que atingimos a ocupação acima de 60%, mas com diárias médias estagnados a mais de 6 anos e com defasagem de 70% nas mesmas.

Não precisamos de novos hotéis, mas sim de incentivos aos que aqui estão instalados e lutam bravamente para continuarem abertos, nosso centro histórico tem três hotéis de luxo instalados em prédios protegidos, sendo que um deles passa por uma grave crise, além é claro das pousadas de charme.

Precisamos de políticas públicas para manutenção e preservação dos nossos monumentos históricos bem como o enfrentamento da insegurança e dos graves problemas sociais que atingem nosso patrimônio da humanidade (Pelourinho).

O Palácio do Rio Branco pode sim continuar como um museu ou sede de uma secretaria a exemplo a do Turismo. Se a intenção do governo é estimular a ocupação de prédios tombados existem diversos casarões vazios e o próprio estado deveria ser o primeiro a dar este exemplo.

Sabemos que em outros países prédios históricos são usados como hotéis, mas este não é o caso de transformar a primeira residência oficial do governo do Estado, pois iria concorrer e canibalizar um mercado que ainda não está maduro. Precisamos que o núcleo duro do estado (casa civil, infraestrutura e fazenda) encare o turismo como atividade econômica e estratégica pois geramos 7,5% do PIB, depois do agronegócio somos os maiores empregadores e temos uma dotação orçamentária somente de 0,14%, o que em áureos tempos chegou a 0,73%.

Com a crise da Avianca o estado precisa traçar metas claras de como irá se comportar com o ICMS do querosene da aviação pois, a guerra fiscal está instalada e perdemos HUBS (distribuição de voos) para Fortaleza, Recife e agora São Paulo que entrou com grande determinação para conquistar uma eficiente malha aérea. Nossos esforços devem ser centrados para atração de voos internacionais e companhias “low costs”.

O que vemos hoje são “cortinas de fumaça” tirando o foco dos nossos grandes desafios.

*Silvio Pessoa  tem formação em Gestão de Negócios Turismo e MBA em Marketing é Diretor da Rede Sol Express,  Presidente da FeBHA. Vice-Presidente da CNTUR,  Vice-Presidente do

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