Na sexta-feira (18), o artista baiano reconhecido internacionalmente, Chico Liberato, lança exposição virtual com o título “A vida é da cor que pintamos”. A iniciativa conta com as obras prediletas de seu acervo particular que estão expostas na capela do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM).
Segundo Cândida-Luz Liberato, filha do artista e curadora da exposição, a intenção seria fazer uma grande apresentação presencial para o público na capela do MAM, mas como o museu está fechado por conta da pandemia, a Liberato Produções Culturais, juntamente com o IPAC, resolveu produzir uma exposição virtual.
“Chico Liberato é a arte e cultura brasileira. Suas palavras são ‘essência’ e ‘referência’. A referência busca responder de onde viemos e, por conta disso, temos nas suas obras forte presença dos povos que formaram a cultura brasileira: índio, negro e europeu. A essência revela toda riqueza que herdamos dessa miscigenação única: cores e grafismos ancestrais. Sua abstração não é abstrata nem figurativa porque ela revela aquilo que está no sentimento, no coração e na alma”, resume Cândida Liberato sobre o conceito das obras em exposição.
O artista
Chico Liberato é um artista baiano premiado nacional e internacionalmente. Ele integra a segunda geração de artistas modernos da Bahia, destacando-se como autodidata, multimídia e pioneiro do cinema de animação, o que justifica toda sua coletânea em plataforma digital.
De importância histórica, Liberato teve participação na realização de duas bienais da Bahia, que trouxeram reconhecimento aos artistas locais e interatividade com os nacionais, fazendo de Salvador centro do Nordeste para discussão e produção de arte. Ele também foi gestor do MAM por 12 anos, onde inovou realizando oficinas gratuitas de diferentes técnicas artísticas que possibilitaram a participação de artistas de baixa renda, bem como licitações públicas para promover e financiar obras de arte.
Sua contribuição artística é ampla e diversa: inclui desenho, pintura, escultura, xilogravura, cinema de animação e instalações. Pesquisador de regionalidades, suas obras contêm, desde a origem, forte presença do sertanejo, do indígena e da negritude que marca a colonização do país.
Foto -Divulgação