É com pesar que o Blog registra a morte do antigo morador da Rua Almirante Barroso, José Carlos dos Santos, (64) conhecido como Zé. De acordo com informação do seu irmão Jorge (Cabeção) a morte se deu por afogamento em um rio no Subúrbio de Salvador, no último sábado( 13 ) .O corpo foi removido para o Instituto Médico Legal e o sepultamento ocorreu na quarta-feira(17), no Cemitério de Plataforma.
Filho de Dona Das Dores e Patota , figuras que fizeram parte da história da Rua Almirante Barroso. A família moravam em uma casa onde hoje é o condomínio Porto Marina, eles tomavam conta do terreno, na verdade uma roça enorme com muitos pés de coqueiros e outras árvores frutíferas , que pertencia a Orlando Moscoso. Patota morreu muito cedo deixando viúva Dona Das Dores, que se virava nos trinta para cuidar dos cinco filhos, mas ela também estava atenta às travessuras das outras crianças da rua dando bronca na molecada que vez por outra entrava na roça a procura de frutas ou para brincar de esconder por entre as árvores .
Patota, tinha esse apelido pelas histórias mirabolantes e infundadas que contava, principalmente no Armazém de Gradim, que ficava na esquina da subida da ladeira e onde os biriteiros costumavam se encontrar no final do dia e as "patotadas", eram reverberadas por todo o bairro. Uma delas virou folclore, dizia ele que houve uma enchente tão violenta da maré no Rio Vermelho que quando abria os cocos encontrava lambreta dentro, motivo de muitas gargalhadas até hoje..
Com a venda do terreno a família se mudou para a Cardeal da Silva, o que causou uma tristeza profunda em Dona Das Dores, que ainda lidava com um problema crônico na perna e acabou falecendo. Zé tinha três irmãos e duas irmãs, Reginaldo( que acabou herdando o mesmo apelido do pai), Luiz Carlos ( conhecido como Tatu) e Lucia ( já falecidos) Ana e Jorge, esse último bastante conhecido no Rio Vermelho.
Uma das suas principais características era a atenção com os vizinhos, razão pela qual a sua morte foi bastante lamentada por todos que o conheciam. Mesmo nos poucos períodos que morou fora o bairro, não deixava de aparecer para visitar o irmão e se inteirar sobretudo da vida dos antigos moradores, saber se estavam bem e relembrar momentos vivenciadas ao longa das seis décadas de convivência na área . A vida é assim mesmo, as pessoas morrem, ficam as histórias e as lembranças, mas uma coisa é certa, a cada dia a referência de vizinhança vai se perdendo, hoje as pessoas moram em uma mesma rua, mas nem se conhecem. Que ele descanse em paz!
Zé descanse em paz!
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