Mobilização em defesa da árvore centenária

O Blog reproduz abaixo, na integra, carta encaminhada pelo Jornalista Jorge Ramos para o Jornal A Tarde, denunciando mais uma intervenção prejudicial ao bairro. Agora é uma árvore centenária que estão querendo derrubar, agredindo a natureza para dar lugar a um edifício garagem na rua Conselheiro Pedro Luiz .Para impedir essa ação alguns moradores estão mobilzando a comunidade para uma manifestação do protesto no próximo domingo (30), logo cedo às 8 horas, em frente ao Ed. Cidade do Porto.

Salvador, 27 de julho de 2009
Senhor Redator:

Os moradores do Rio Vermelho pedem providências urgentes contra a ameaça de derrubada de uma árvore secular, localizada na Rua Cons. Pedro Luiz, ao lado da Pizzaria Piola. No local a Churrascaria Fogo de Chão - proprietária do terreno - pretende construir um edifício–garagem. No último domingo começou a poda da árvore centenária. Uma pista foi interditada - obviamente com a anuência da Prefeitura, que até disponibilizou viaturas da Transalvador - e os galhos que cobriam a rua foram podados. Assustados, os moradores puderem apenas acompanhar a operação, pois os órgãos que poderiam ser acionados para fiscalizar ou mesmo impedir a ação, estavam desativados por se tratar de um dia sem expediente. Era só o começo!.

Neste próximo domingo (30) está programado o corte total da árvore, um irôco ou loko, de origem africana e com significado religioso para o Candomblé. Esta é, certamente, uma das árvores mais antigas do bairro Rio Vermelho, outrora aprazível e hoje submetido, como toda a cidade, ao avanço impiedoso da especulação imobiliária.

Justamente este ano, quando a Prefeitura prepara homenagens pelos 500 anos da chegada do primeiro europeu a Salvador, com a construção no Rio Vermelho de um monumento em homenagem a Caramuru que ali naufragou em 1509, como é que ela própria permite que uma árvore centenária do bairro seja cortada pela raiz? Pedimos providências urgentes ao Ministério Público Estadual, e até mesmo ao próprio órgão encarregado da proteção ao meio ambiente em Salvador, a Superintendência de Meio Ambiente (SMA) da Prefeitura, para evitar que esse dano irreparável seja praticado.

Alguns moradores estão mobilizando a comunidade para uma manifestação de protesto, no próximo domingo (30), logo cedo às 8 horas, em frente ao Ed. Cidade do Porto, para tentar impedir que esta árvore seja derrubada. É preciso fazer algo contra essa agressão à Natureza e à própria memória do Rio Vermelho e da cidade de Salvador.

Jorge Ramos
Jornalista

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3 Comentários
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  1. Para mim, é um crime contra a natureza e contra o bairro ! É preciso mesmo que a população se manifeste estando presente no domingo para repudiar a ação. O texto desta postagem foi enviado por mim para o Prefeito ,pedindo que intervenha para evitar que tal barbaridade ( tché ) aconteça. Além do mais, a contrução de um edifício garagem é algo que não interessa ao bairro. Mais veículos serão atraídos para uma área já complicada , aumentando o volume de tráfego já insuportável. O erro, foi ( e continua sendo ) conceder alvará de funcionamento para uma churrascaria na Mariquita , sem medir as consequências . A mesma coisa acontece dentro do Parque , onde "N" empresas que atraem um grande número de pessoas e veículos funcionam sem disporem de espaço para o estacionamento de veículos. Esperemos que prevaleça o bom senso ... se é que ele existe . A natureza levou mais de um século criando aquela preciosidade, que a ambição comercial dos homens pretende destruir num só domingo... Isto não é progresso ...é o poder econômico passando por cima de tudo com o seu trator...
    Estão querendo bagunçar de vez o Bairro do Rio Vermelho !

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  2. TAMBEM ESTOU NESSA e convido o "povinho do bairro que não gosta de nada", e naturalmente não gosta tambem que cortem árvores centenárias a aparecer lá no próximo domingo.

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  3. ALMA LAVADA
    Na carta que Jorge Ramos enviou À TARDE ele cita a contradição em se cortar uma árvore exatamente quando se comemora 500 anos da chegada de um europeu ao Rio Vermelho. Não há contradição. As árvores começaram a ser cortadas exatamente quando os europeus chegaram por aqui. Mas hoje às 8 horas de uma manhã chuva estávamos lá, eu, Sarnelli e Carmela, 3 pessoas de origem europeia tentando salvar uma árvore!

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