Jovens em tarde de autógrafo

Cercado de balas e jujubas coloridas, Gabriel Francisco Santos Maciel, um escritor de apenas 11 anos participou do lançamento de dois livros simultâneos .O Unicórdio do Chifre Dourado e Izzy a Rainha dos Iguanas, em tarde de autógrafo na Biblioteca Juracy Magalhães, no Rio Vermelho. Aluno da Rede Pública de Ensino, da Escola Pinto de Aguiar o pequeno autor, entre um gole de refrigerante e uma mordida no pãozinho que discretamente repousava no seu lado esquerdo, autografa os livros com a tranqüilidade de um autor veterano, afinal, já são três livros de sua autoria, além de muitas poesias. Para quem aprendeu a escrever com quatro anos é uma produção considerável.

Falando do gosto pela literatura, adianta que seu próximo livro será de conteúdo mais maduro, quer seguir outras trilhas escrever um romance cheio de ação e adrenalina. Diz que está crescendo, tem 11 anos, está na 7ª série e gostando da idéia de fazer mudanças. Na escola onde estuda se destaca como aluno exemplar.

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O prefácio, do jornalista e autor do livro Revolução Pessoal, Carlos Souza, ele assinala em um dos trechos: “ Se observarmos o fato de que o nosso escritor mirim é oriundo de escola pública, órfão de pai desde os seis anos e não pertence à classe privilegiada de sSalvador, o seu mérito se torna ainda maior. Sendo assim, sua trajetória de escritor não é uma tarefa fácil, no entanto, sua condição social não é motivo para deixar de acreditar nos seus sonhos, que no seu caso, já é uma realidade”

A Prefeitura ou o Estado, segundo o jornalista, deveriam usar Gabriel em uma campanha publicitária, mostrando-o como exemplo de aluno que vai além daquilo que se espera de um pré-adolescente de 11 anos "Tal ação seria ideal para incentivar outros estudantes da escola pública a se interessar pelos estudos, pela cultura e até mesmo despertá-los para o potencial de escritor”.
Gabriel é uma prova concreta de que nem tudo está perdido e não foi apenas ele que brilhou na tarde de ontem, a jovem de 16 anos, Camilla Maciel, também da Rede Pública, da Escola Técnica Estadual Nilton Sucupira, de Sussuarana, lançou o seu primeiro livro, “Um pesadelo Chamado Otto”. e o Coral do mesmo bairro encantou a todos, mostrando que por meio da educação, da música e das artes é possível sim fazer uma verdadeira revolução nesse país, basta vontade política.

A mídia também poderia ajudar bastante abrindo mais espaço para esse tipo de notícias, mas, dificilmente esse assunto terá destaque , jovens da rede pública lançando livros, não dá audiência, nem vende jornal, se tivessem cometido um delito, certamente estariam nas manchetes. 

Jovens em tarde de autógrafo

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1 Comentários
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  1. Parabéns a esses jovens e ao blog por mostrar matérias desse tipo, que valoriza quem realmente merece ser valorizado.

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