Os donos das festas juninas


Dos santos festejados esse mês, sem dúvida, São João é o que mais mobiliza os baianos, com direito inclusive a feriado no dia 24. Apesar de que, Santo Antônio, também não fica para trás. Com seu poder de casamenteiro, alias, não é apenas matrimonio que ele acha, reza a tradição, que ajuda também a encontrar “coisas” perdidas. Portanto, não é sem razão que arrasta verdadeiro exército de fieis às igrejas todas as terças-feiras durante o ano inteiro, e ainda no mês de junho, tem direito a uma trezena que começa dia primeiro e vai até o dia 13, quando é reverenciado com mais fervor ainda.
Essa tradição de rezar trezena  em casa andou meio esquecida na capital, mas tem voltado aos poucos e em muitos lares é comum as moças casadoiras se postarem diante da imagem  que fica em um altar devidamente decorado, em lugar de honra, na sala principal, onde depositam todas as esperanças na boa vontade do santo. As mais desesperadas, no entanto, o submetem  as mais diversas torturas, desde colocar de ponta cabeça, as vezes até dentro de um copo com água, a tirar-lhe o menino Jesus dos braços, até aparecer o tão sonhado noivo.

Na Igreja de Santo Antônio além do Carmo os dias de trezena são bastante concorridos, com várias barracas instaladas na praça onde são vendidas comidas e bebidas típicas. No dia 13 são celebradas missas durante todo o dia, encerrando as festividades com uma procissão no final da tarde. Mas é no São João que a Bahia se transforma em um mega-arraial. Tem festa em praticamente todos os municípios, uns mantendo a tradição com o forró pé de serra, em outros são montadas estruturas monumentais onde se apresentam grandes atrações, contando é claro, com o patrocínio do governo do estado, que enxerga nessas festas um vetor para estimular o turismo na baixa estação.

São Pedro, apesar de ser o mais poderoso dos santos, afinal é ele quem carrega as chaves do céu e em última instancia é quem decide quem entra e que fica do lado de fora, anda meio sem prestígio no quesito comemoração, parece que as viúvas de quem é protetor, não andam lá muito animadas, também, como razão, afinal, com raras exceções, ficar viúvo ou viúva não tem graça nenhuma. Até mesmo da programação  em Salvador, foi excluido. Depois, quando a chuva começar a cair sem parar sobre a cidade, não adianta rezar.

A abertura das festas juninas na capital baiana será dia 11, na Praça Castro Alves, com shows de Gilberto Gil, Cicinho de Assis e banda Estakazero. No mesmo dia, haverá uma intensa programação na Praça Municipal, com a banda Sarapatel com Pimenta e o forrozeiro Tenyson Del Rey, e também shows e apresentações no Terreiro de Jesus e praças do Pelourinho, e se prolonga nos dias, 12, 18 e 19 e 23, 24, 25 e 26 em três pontos: Praça Castro Alves, Praça Municipal e as ruas e praças do Pelourinho. Estão confirmados shows de Elba Ramalho, Targino Gondim, Geraldo Azevedo, Adelmário Coelho, Zelito Miranda, Del Feliz, Sandro Becker, Cicinho de Assis, Alceu Valença, Alcimar Monteiro, Reginaldo Rossi, Trio Nordestino, Estakazero.

No Circuito do Pelô, o pé-de-serra vai tomar conta das ruas, praças, becos e largos do local. Um espaço batizado de Coreto do Terreiro contará com diversas atrações, inclusive orquestras que tocarão músicas de São João. Além do Terreiro de Jesus, haverá programação nas praças Tereza Batista e Quincas Berro-d’Água e Largo Pedro Arcanjo. Haverá ainda atividades para crianças nos dias 23 e 24 (Forrozinho do Pelô), às 17h, no coreto do Terreiro de Jesus. A iniciativa é da comunidade do Pelourinho/Associação Cultural Mulherada.

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