Quatro cenas do cotidiano

Quatro cenas do cotidiano Por Sarnelli

Retornando de uma saída de no máximo duas horas, assisti nada menos que quatro cenas que mostram como está despreparada a população para o convívio na sociedade e como anda a falta de respeito, consideração e mesmo de educação de parte do povo.

Precisava constatar algo e fui até a Mariquita.Lá tomei um ônibus que me levaria ( e levou), ao Itaigara. Em Amaralina, vagou aquela poltrona individual da primeira fila. No mesmo momento em que uma senhora se dirigiu à ela subiu uma jovem com um garoto que lhe tomou o assento, apesar da diferença de idade. A senhora pediu o lugar e então a moça sentou o garoto no seu colo e não deu bola. Continuou tranqüila a sua viagem Passados alguns segundos, um minuto, talvez, bati no ombro esquerdo da jovem e lhe disse: A senhora é jovem, e o garoto não é criança de colo. Devia ter cedido o lugar à senhora. Falei para o vento! Nem um pio!

Quatro cenas do cotidiano A segunda, já foi na volta. Uma pessoa que se vestia como operário, falava ao celular, bastante alto, incomodando todo mundo e dando instruções a alguém sobre a colocação de uma viga numa construção que está levantando, apesar dos olhares dos passageiros.

Já quando chegamos num ponto de Amaralina o ônibus parou, desceu uma senhora mas, através do pára-brisas se via um senhor vindo em sua direção pedindo que aguardasse para ele subir; Estava a uns 30 metros, no máximo, e fazia o sinal de positivo com o polegar da mão direita. Um idoso! Não custava nada esperar, mas o motorista fechou a porta dianteira, engatou a marcha e seguiu em frente deixando o senhor a ver navios ... ou melhor, a traseira do veículo!

Para completar, quando cheguei no meu ponto da João Gomes, desci e peguei o meu caminho para ver um jovem chegar com um carro, estacioná-lo no passeio da AMO, fechá-lo, colocar a chave no bolso da calça e seguir em direção à Cons. Pedro Luiz...

Essa, é a educação de boa parcela da população de Salvador, terra de todos e de ninguém ao mesmo tempo. Esta é a cidade em que estamos vivendo!

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3 Comentários
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  1. E a copa do mundo está chegando aí com muitos gringos e um batalhão de repórteres, jornalistas de todas as partes do planeta para registrar todos esses maus hábitos dos baianos.

    Na copa de 1970 éramos ..."90 milhões em ação pra frente Brasil, do meu coração" . Em pouco mais de 30 anos já somos 200 milhões de habitantes.

    O pior de todo esse desordenado crescimento é o fato de que ao invés de produzirmos qualidade de gente (pessoas bem educadas) estamos produzindo uma enorme quantidade de gente (mal educadas e de péssimos hábitos).

    Salvador, salvo engano, possui mais de 700 favelas onde desde cedo a criança aprende coisas que o diabo duvida.

    Diante desta dura realidade, acho que a tendência é piorar. Infelizmente.

    Qual é mesmo o grande projeto desta nação para se arrecadar tantos impostos ?

    - ROUBALHEIRA, É CLARO!

    Brasiu iu iu iu iu !

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  2. Triste realidade, sinto com certa frequência uma vergonha profunda por nossa terra e pelo seu povo, vergonha de dizer muitas vezes que sou baiano e que moro em SSA.

    Antônio Marcos - adv.antoniomarcos@yahoo.com.br

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  3. Tito . você tem razão. Não estamos produzindo qualidade O jovem que estacionou o veículo ( novo ) sobre o passeio da AMO , com certeza, já é dono de um diploma universitário .Devia estar com pressa, não é isso que todos dizem ? Já para você , Antônio Marcos , sou obrigado, a contra gosto , a concordar consigo . Tenho o mesmo sentimento com relação à nossa cidade...

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