Domingo é dia de Lero-Lero no Rio Vermelho

Domingo é dia de Lero-Lero no Rio Vermelho
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O Rio Vermelho é único bairro de Salvador que ainda conserva a tradição do banho à fantasia. O cortejo que sai por volta do meio dia de domingo (16), Vila Matos é uma explosão de irreverência e alegria. Os homens fantasiados com trajes femininos e cartazes recheados de frases bem-humoradas dão a medida certa do tom da brincadeira que toma conta da galera. Também não falta a corte real com suas princesas e rainha que desfila em um carro alegórico improvisado. Para participar, ninguém paga nada, é só chegar e deixar se envolver pelo som da bateria do Bloco Lero-Lero, que tem no comando o mestre Cacau do Pandeiro e sair rebolando do jeito que souber, e se conseguir resistir ao percurso, se refrescar nas águas da Praia da Sereia, onde o banho à fantasia acontece. Mas o folguedo só termina no Alto de Ondina onde os foliões recuperam as forças com uma suculenta feijoada preparada por Luciana Cruz, filha de Cacau do Pandeiro, que, na verdade, tem sido nos últimos anos a responsável por manter viva essa tradição de mais de sete décadas, que conta também com o apoio da Bahiatursa.

De acordo com o pesquisador e historiador Gildásio Freitas, antigo morador da Vila Matos, dos diversos Banhos à Fantasia que existiam na capital, restou apenas o da Vila Matos que tem levado alegria às ruas do bairro há mais de sete décadas, juntamente com o Bloco Lero-Lero, que é oriundo dos Blocos Jaraguá e rei Zulu fundados por Aloísio, o “Velho Monarca”, ainda na década de 30.

Ele lembra que muitos dos fundadores e participantes tradicionais já se foram: O Velho Monarca (pai de Cacau do Pandeiro), Dona Marieta, Seu Vavá da Carroça, Belmiro, Né, Lulu Coió,Lula Trator, Oscar Ceguinho, Lourinho, Dona Momó, Sinézio, Vivaldo, Alarcon,Carlinhos Bahia, Renato(do Alto da Sereia) Baiano, Badê, Edinho Cacau, dentre outros. “Mas a velha guarda vem mantendo a tradição ao longo dos anos, através de Cacau e sua Orquestra, Tonho, Caca, Bloco “Os Bigs” juntamente com a turma jovem e outros colaboradores que se incorporam a essa tão bela e espontânea manifestação popular que traduz o verdadeiro espírito do carnaval baiano”, assinala.

Origem - de acordo com a pesquisa Carnaval: História e atualidade , nos bailes, as danças variavam, de polca, lundu e tanguinho a sambas, marchinhas, frevos, jongos e cateretês, com todos os participantes cantando, pulando e "fazendo cordão". Já nos banhos de mar à fantasia, porém, os foliões cantavam a plenos pulmões as músicas de sua preferência e também aquelas que eram divulgadas por discos e nos coretos municipais animados por bandas de música.

Os banhos de mar à fantasia criaram hábito no intervalo entre a primeira e a segunda Guerra Mundial. Os blocos e foliões trajavam fantasias de papel crepom e, após desfilarem nas praias, caíam na água, tingindo-a por horas, pois as fantasias de papel desbotavam fortemente. Havia, é claro, outro traje de banho, normal, sob aqueles carnavalescos e efêmeros.


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