Rio Vermelho vai parar no dia 2 de fevereiro para a não realização da Festa de Iemanjá

Neste ano de pandemia a Festa de Iemanjá, que acontece há mais de 70 anos no Rio Vermelho, atraindo milhares de pessoas vai entrar para a história como o dia em que o bairro parou por um motivo completamente oposto: a não realização da festa. As praias do Buracão até o Restaurante Sukiake, serão interditadas nos dias 01 e 02. Bares e Restaurantes ficarão fechados durante todo o dia 02 e somente poderão abrir a partir das 19h. Haverá também a proibição do funcionamento de food trucks, comércio informal, ambulantes, carros de som e afins, assim como os depósitos de bebidas. Estará proibida a venda de bebidas alcoólicas em postos de combustível, delicatessens, padarias e similares. 

Já os comércios e serviços essenciais estarão abertos normalmente, a exemplo de supermercados, padarias, açougues, farmácias, agências bancárias e lotéricas, estabelecimentos que funcionam em regime de delivery (sem retirada no local), estabelecimentos de saúde e clínicas veterinárias. Além disso, os pescadores do Rio Vermelho poderão exercer atividade de pesca e venda de mercadorias sem restrições 

Essas medidas foram anunciadas na manhã desta quarta-feira(27) pelo prefeito Bruno Reis, durante entrevista realizada na Colônia de Pesca Z1, onde fica a Casa de Iemanjá. “A Festa de Iemanjá é o momento de manifestação de fé dos nossos costumes e valores, mas, infelizmente, ela terá que ocorrer da mesma forma que outros eventos religiosos da cidade, como a Festa de Bom Jesus dos Navegantes e a Lavagem do Bonfim. A comemoração à Rainha do Mar será praticamente toda virtual. A pandemia nos impôs essa realidade”, explicou o prefeito, anunciando que não irá ao Rio Vermelho para prestar homenagem à orixá. 

Presente solitário

O presente que é ofertado pelos pescadores, sempre cercado de muita expectativa porque só pode ser revelado no dia da Festa, neste ano, não ficará exposto. A oferenda sairá do Dique do Tororó e será depositado no mar às 8h no dia 2, sem público e sem a tradicional procissão marítima que em anos anteriores acontecia no período da tarde atraindo uma verdadeira multidão para o bairro. O prefeito lembrou que Salvador tem 64Km de orla e orientou os devotos para que prestem homenagem a Iemanjá nos diversos cantos da cidade. Ele disse que vai acompanhar a entrega da oferenda ao mar pelas redes sociais e cobertura da imprensa.

Homenagem segura

Presente no evento, a ialorixá Mãe Jacira de Iansã, responsável pela confecção do presente que será entregue à Iemanjá no dia 2, explicou que é possível saudar a Rainha do Mar de diferentes formas e diferentes lugares. "Quem tiver que levar suas oferendas, que as levem para outras praias. Sabemos que os orixás das águas são reverenciados todos os dias, quando a gente bebe água, toma banho. Isso tudo é uma reverência. Nosso povo está bastante atento para não haver aglomeração. A maioria dos terreiros só levarão seus presentes em outras praias e datas", afirmou.


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