Seu Amadeu, 35 anos amolando facas e tesouras |
Na minha infância, e olha que isso já faz muito tempo, era comum ouvir o som do apito do amolador de tesouras, subindo ou descendo a ladeira da Rua Almirante Barros, na Paciência. Hoje esse som soa mais como uma aparição. São raros os que ainda exercem essa atividade. Seu Amadeu, de 64 anos, é uma dessas pessoas que desafia o tempo e as novas tecnologias e continua empurrando sua geringonça pelas ruas do bairro, tocando seu apito nos mesmo ritmo do século passado. Ele conta que veio do interior ainda garoto e se instalou no bairro de Santa Cruz. Aos 20 e poucos anos começou a amolar tesouras e não parou mais. Com essa profissão criou quatro filhos e conseguiu construir a casinha onde mora . Durante 10 anos trabalhou na Barra, bairro que diz com orgulho conhece com a “palma da mão”, mas andou por muitos outros e acabou concentrando sua atuação no Rio Vermelho e Pituba, onde até hoje oferece seus serviços para fregueses cada vez mais raros. Por que as pessoas deixaram de afiar os objetos cortantes na porta de casa, ele não tema a mínima ideia , prefere lembra dos bons tempos em que chegava a faturar até R$ 100, 00 por dia. “As pessoas vinham com as bandejas cheias de faca e tesoura para amolar, nem perguntavam o preço , quando chegava no fim do dia estava com o bolso cheio de dinheiro”, relembra sorrindo. Mas mesmo assim, se depender dele,muita gente ainda vai ouvir o som do amola tesouras anunciando os serviços ou os últimos dias dessa profissão em extinção.
Realmente, Carmela, você recuperou uma figura do passado e lembra mais uma profissão extinta. Um amolador de objetos cortantes, hoje, é uma raridade e curiosidade para quem não sabia e quem não viu ...É ótimo recuperar essas figuras e, pelo menos, mostrá-las aos mais novos coisas que ficaram para trás.
ResponderExcluirO vendedor de taboca, quase não se vê mais !...
Se lembra dos homens dos realejos e da musiquinha ?
Meu periquitinho verde, tira a sorte por favor...
Um deles costumava circular pelo Rio Vermelho .
É Sarnelli, os sons da infância que vão se perdendo com o tempo.
ResponderExcluirGostei dessa postagem.
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