Cadê o alvará ?

Moradores da Rua da Paciência estão denunciando a demolição e escavação sem Alvará na parte dos fundos deste casarão onde, de acordo com informações, será construído um condomínio. Nas últimas eleições funcionou no imóvel um comitê  eleitoral  (inclusive a placa de propaganda ainda continua no local, mesmo fora do prazo estabelecido pelo TRE para a retirada desse tipo de publicidade que é de 30 dias após o pleito). A propriedade  pertencia (ou pertence) ao grupo do ex-governador Nilo Coelho, mas foi colocado à venda depois que a Chaves Outdoor, que ocupou a casa por vários anos, saiu do local. Durante o tempo que ficou fechado, chegou a ser vandalizado com vidros quebrados e algumas peças roubadas.


Neste mês de dezembro a placa de vende-se foi retirada e na última semana começou a escavação e demolição, deixando os vizinhos apreensivos com possíveis danos à estrutura dos seus imóveis. A preocupação faz sentido, até  porque, não existe  Alvará autorizando demolição,  reforma e muito menos construção. É bom lembrar que  qualquer tipo de intervenção  na chamada Borda da Orla, tem restrições de acordo com o PDDU, mas como nesta cidade ninguém respeita nada, nunca se sabe o que pode acontecer, ainda mais em um bairro que tem precedentes no item esculhambação, no que se refere a construções.  

 

A história da área onde foi construído o referido casarão pouca gente conhece, mas há muito tempo funcionou no terreno um convento e até o final da década de 50, ainda era possível visualizar as ruínas. Os antigos contavam que na parte dos fundos tinha até um cemitério, em sendo verdade, nessas escavações possivelmente  esqueletos humanos serão encontrados, rsrs.


Na época o terreno foi comprado por um abastado comerciante Árabe que residia na Almirante Barroso, proprietário de vários imóveis naquela rua. Na área do antigo convento construiu duas propriedades  que durante muitos anos costumavam ser identificadas como mansões, por serem as maiores e mais modernas  existentes no trecho da Paciência. As casas foram construídas por ele para os dois filhos. Um dos filhos morou por algum tempo e depois decidiu vender e é no fundo deste casarão que estão acontecendo as escavações . Na parte da orla bem em frente aos imóveis até bem pouco tempo era conhecida como Capim das Freiras, moradores antigos continuam identificam a área dessa forma. Mas com uma velocidade surpreendente o bairro vai perdendo suas características e parte de  história. O Blog tenta resgatar e registrar alguns fatos recolhidos da oralidade dos moradores ( cada vez em número menor) que viveram e conheceram o outrora aprazível bairro do Rio Vermelho.  




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