Por Sarnelli
A praia da Paciência que nós vemos hoje não é a do meu tempo. Eu sempre contei para as pessoas das novas gerações que havia uma sapata da qual nós, naqueles tempos, mergulhávamos de encontro às ondas que iam bater-se nela...
Vejam que nessa foto antiga , que tive a sorte de encontrar, a sapata que ninguém vê hoje , aparece , e se vê também que a maré chega mansamente bem perto dela. No entanto, nos dias de temporais ou mesmo com as marés de março, as ondas iam de encontro a muralha com tanta força que jogavam a água na avenida...
Molhavam carros e pessoas , que passavam com os guarda chuvas abertos , mas a meninada se divertia com o banho de chuveirinho, eu inclusive.
Hoje a praia é bem diferente. A sapata desapareceu, escondida pela areia que a maré depositou na área durante décadas , provocando um grande desnivel entre a muralha e as águas , que recuaram bastante ...
Olhem a foto com atenção e tentem imaginar as ondas chegando preguiçosamente até a base da sapata...quando as marés alcançavam o seu ponto máximo da enchente , algo que hoje é impossível , a não ser que o próprio mar decida retirar a areia que ele próprio depositou na praia.
O próprio "Taboleiro" , era pedra pura pura e hoje está coberto de areia... Muita gente da minha geração deve se lembrar disso. Era divertido tomar banho de chuveiro provocado pelas ondas...
Parabéns Sarnelli por essa postagem.Vale à pena comparar as duas fotos. As modificações são muitas, a vegetação do morro praticamente acabada. Em lugar dos coqueiros e outras árvores hoje existe uma enorme construção que toma praticamente todo o morro e continua aumentando. Os prédios enormes do outro lado da pista onde existiam poucas e pequenas casas. Minha tia Maria, já falecida, morou em uma daquelas casas e contava que em tempo de maré forte a água chegava mesmo perto da casa. Esse foi um dos motivos que fez com que ela se mudasse para outra casa, na esquina da Vila Matos, no sentido Garibaldi ( hoje no local funciona uma igreja), mas teve que se mudar também desse imóvel, dessa feita pelo barulho do bonde que tinha ponto exatamente nessa esquina. O muro era baixo (naquele tempo isso era possível) e as pessoas que saiam de madrugada para pegar o bonde logo cedo usavam como banco, era um falatório que acordando todos da casa antes mesmo do galo cantar. Foi assim que se mudaram para a Rua Almirante Barroso, um verdadeiro paraíso.
ResponderExcluirmaravilhosa...
ResponderExcluirRiRv
Muito bancana essa edição mostrando o antes e agora dessa prainha tão simpática..Se vcs puderem postar mais assuntos relacionados ao Rio Vermelho dentro dessa linha vai ser muito legal principalmente para os mais jovens e novos moradores do bairro. Parabéns mesmo!
ResponderExcluirSomente para esclarecer as fotos estão em angulos diferentes. A antiga pega a subida da Almirante Barroso( sentido Santana) e a atual o morro no Paciência, (sentido Vila Matos).
ResponderExcluirÉ algo interessante fazer o comparativo !
ResponderExcluirEu sempre falei para as pessoas , daquela sapata , sem poder provar , mas tive a sorte de que a foto me achasse... para compartilhar a história com vocês. A segunda foto, a da praia como é agora, foi uma idéia genial da Carmela.
Uma das coisas que festejo, é poder lembrar do que eu pude usufruir , mas, ao mesmo tempo, me vem um "que" de tristeza ao ver que o progresso e a necessidade de mais espaço , passam como um trator por cima de tudo. O morro, também ele, não é o mesmo do meu tempo, onde eu ia jogar xadrez , ouvir música numa vitrola de dar corda, com um amigo que ainda é meu compadre, sob a sombra dos coqueiros e acariciado pelos ventos soprados do mar... Ainda moramos perto um do outro , aqui no Parque.
Certamente que, sempre que possível, colocarei algo que possa recuperar do passado para mostrar às novas gerações.
Algo que poderia ajudar, seria receber, quem sabe, algumas fotos antigas que ajudassem a trazer à memória alguns fatos e algumas imagens do passado.
Naqueles tempos, não havia tanta facilidade para fotos, como há hoje. Eram raras. Quem tiver, quem encontrar alguma foto do Rio Vermelho no bau do avô, da vovó ou dos pais, poderia mandar para mim e ou para Carmela. Isto ajudaria bastante.
Carmela, é facilmente encontrável no blog e eu posso receber através do meu mail " sarnelli@gmail.com ". Aos poucos ,iremos costurando uma bela colcha de retalhos , olhando com alegria para um passado que nos foi permitido usufruir para , hoje, festejar... !
Lembrar, aqui no caso, é reviver momentos e épocas agradáveis para uns e cultura para outros...
gostei muito das fotos e das informações.
ResponderExcluirtambém lembro de alguma coisa do Rio Vermelho que a memória ainda não conseguiu apagar. Uma delas é a Praia em frente a Biblioteca Juracy Magalhães Jr que hoje é tudo pedra, mas cheguei a frequentar ainda com areia.
ResponderExcluirÉ verdade, Vanda. Minha mulher, a Paola, costumava levar os meus dois filhos para tomarem banho naquela praia . Eu mesmo, quando criança ,costumava pescar algumas tainhas que ficavam nas poças das pedras , quando a maré baixava ) mas aquela praia sempre teve uma boa faixa de areia. Foi depois do emissário , que muita coisa foi mudando de forma na nossa orla proxima
ResponderExcluirBartolo, que bom que encontraste a foto! Adorei!
ResponderExcluirBia