Poucos barcos e um público reduzido na Praia de Sant"Anna
As vésperas festa de Iemanjá no Rio Vermelho completar 80 anos, o Blog, com a ajuda de Jorginho Ramos , mergulha no túnel do tempo e resgata duas fotos que se presume das décadas de 50 e 60 que mostram a evolução da festa.. Na primeira, poucas pessoas na praia da Sant"Anna e a rua praticamente vazia, a segunda um público maior que se movimenta na calçada da orla e em toda a extensão nas proximidades da antiga Igrejinha, onde hoje está a praça. Da para perceber que ainda não havia a construção da Igreja atual ao lado da Colônia dos Pescadores.Na época, a festa se chamava "Presenta da Mâe D`Água" e ao contrário do que se pensa, não era o maior evento do bairro.Quem despertava a atenção de centenas de pessoas, inclusive vindas de outros bairros, era o Bando Anunciador dos Festejos do Rio Vermelho, na verdade uma prévia do Carnaval, com carros alegoricos, mascarados, confetes, serepentinas e lança-perfume. Ainda consigo lembrar de alguns desses desfiles que com o passar dos anos entaram em decadência, era uma festa muito bonita, pena que acabou. Mas a de Iemanjá está ai, firme e forte.
Me lembro, Carmela, que, junto com " O bando do Rio Vermelho " , nós tínhamos o " banho de mar a fantasia...", claro que confeccionadas em papel crepon , ou será que estou fazendo alguma confusão ?
ResponderExcluirO Banho de Fantasia ainda acontece. É organizado na Vila Mattos. Trata-se de uma das poucas manifestações dessa natureza que ainda existe na cidade e desfila pelas ruas do bairro 15 dias antes do Carnaval puxado pelo Bloco Lero-Lero.
ResponderExcluirA primeira foto pertencia ao sr. José Carneiro de Campos, pai do meu amigo prof. Héllio Campos (não sei se foi tirada por ele, Héllio poderia esclarecer) e acredito que é da década de 1930. É uma foto emblemática, praticamente não há a presença de brancos na praia, acredito tambem que se chamava presente da Mãe d´Água porque o candomblé na época era perseguido pela polícia e talvez os devotos não pudessem pronunciar o nome Yemanjá, de qualquer maneira Mãe d'Água é um dos nomes pelos quais Yemanjá é conhecida.
ResponderExcluirQuanto ao banho à fantasia que Sarnelli lembrou, ele sia no mesmo dia do Bando (o Bando que saia à tarde). O Bando acabou mas o Banho à Fantasia promovido pela comunidade da Vila-Matos continua firme e forte, esse ano acontecerá no dia 20 de fevereiro.
É... aos poucos vamos recuperando a memória e, melhor, deixando-a por escrito para quém não viu e quém não sabia... Mudando de assunto : Pino, você se lembra do acendedor de luz ? Aquele cara que todos os dias circulava pelo bairro com uma varinha nas mãos, ligando as navalhas que acendiam as luzes dos postes ? Pelas manhãs, fazia o circuito inverso apagando as lâmpadas ?
ResponderExcluirOi Sarnelli, não me lembro. Até que ano existia esse processo?
ResponderExcluirHistória....
ResponderExcluirMuito bom. Esta foto faz parte de meu desktop.
Parabéns ao blog
Ah, Pino , você me fez uma pergunta que não posso responder . Eu era criança interessada em bolinhas de gudes, pescarias e arraias no campim das freiras , bem ali em frente à Pedra dos Pássaros. Me lembro da figura mas não de datas. Eu teria então, uns 10 anos. Coloque o fato retroagindo uns 70 anos no tempo...
ResponderExcluirCapim das Freiras, Pedra dos Passários? não sei nada disso, mas gostei. Vocês podem me dizer por que do nome capim das freiras?
ResponderExcluirOlha Rita. Eu já tomei conhecimento de mim mesmo ( vou completar 80 )conhecendo aquela área em frente a Pedra dos Pássaros, como
ResponderExcluiro " Capim das freiras " - Era ali que empinávamos arrais e acredito que a meninada de hoje continua , porque há hábitos que varam os tempos e por que este iria mudar ? O local é apropriado para esse tipo de esporte, como o é o Farol da Barra . Ali, numa posição diferente ( com o fundo apontando para a praia de Santana e frente para o " capim , para o lado da av.Oceânica, na época nominada Getúlio Vargas ) , praticamente construído na praia , mas ao nível do campim ,ou, digamos ainda: ao nível do asfalto de hoje , houve uma construção quando naquele lado havia um correio de casas que ia até a praia de Santana, onde funcionou a " Escola Don Bosco " ( particular ) que desapareceu do cenário com a derrubada dos imóveis do lado da praia, para o alargamento da rua da Paciência. Acredito que, antes da escola , o imóvel a que estou me referindo e onde funcionou a " Don Bosco " , tenha sido ocupado por freiras, o que fez com que o povo denominasse aquela área como o capim das freiras, local de encontro da meninada para a prática do esporte , por sinal emocionante . Acredito que isso foi coisa da meninada para estabelecer o ponto de encontro.! Nome que o povo coloca em ruas ,lugares e praças, ninguém mais tira...
É como a tal rua, no Centro Histórico , que, oficialmente, se chama a " Rua do tira chapéu ", nome que o povo deu. A placa oficial está lá, pregada na parede lateral da Câmara dos Vereadores. Rua daForca, na Piedade, etc.
Ah, sim, a Pedra dos Pássaros! Houve uma época em que a pesca era bem melhor do que hoje , em que os pescadores que entravam na enseada de Santana, traziam muito peixe nas suas embarcações , que atraíam as gaivotas que seguiam os barcos à espera do almoço. Uma cena que todos nós conhecemos. Bandos de gaivotas . Elas,pousavam e descansavam exatamente naquela pedra que está " em frente ao Capim das Freiras " e que parece uma ilha de granito. Se eu estiver errado, por favor, alguém que me corrija. Hoje, é raro se ver um par de gaivotas por aqui...
Complementando a informação de Sarnelli o "capim das freiras" - onde tambem joguei bola quando garoto - desapareceu quando a pista foi alargada, alí na curva da rua da Paciência, já a "pedra dos pássaros" continua no mesmo lugar - em frente a curva da rua da Paciência - e para alegria nossa com a volta, eventual, das gaivotas.
ResponderExcluirPor falar em "Pedra dos Pássaros", o poeta Sergio Matos que durante a sua infancia morou alí defronte, no ed. Maria Lídia, lhe dedicou um poema que eu postei aqui tempos atrás, não custa repetir:
Já não vejo gaivotas
nas pedras do Rio Vermelho.
Meus olhos já não descansam
com aquele vôo sereno
e com o mergulho indicador
de boa pescaria. Emigraram.
Os jornais anunciam a morte de gaivotas
em Arembepe e na Bretanha.
Ora o titânio, ora o petróleo
lançados nas águas do mar.
De que vale o progresso
se já não posso
contemplar as gaivotas
na Pedra dos Pássaros
de minha infância?
O que ouvi dizer quando ainda pequena, e acho que faz sentido, é que funcionava um convento onde posteriormente foram construídos dois casarões, um deles hoje é a empresa Chaves, e que as freiras costumavam passear e tomar sol nesse capim, o que teria dado origem ao nome.Lembro bem das ruínas desse terreno, em uma parte morava uma mulher que se chamava Palmeirão tinha problemas mentais e a molecada da época gostava de ficar abusando, ela saia correndo atrás de todo mundo era aquela algazarra. Certa feita fazendo estripulias acabei caindo do muro que separava esse terreno de nossa casa, a sorte é que tinha muita folha seca e não tive nada além do susto, mas era uma altura considerável, andando pelo terreno dava para perceber construções que lembravam sepulturas, como antigamente era costume se enterrar em igrejas e conventos é bem capaz dessa história que me contavam ter algum fundamento, mas ai só mesmo pesquisando . Sarnelli fala do Colégio Dom Bosco, mas esse eu não lembro. Sei que em um daqueles casarões do lado da praia, um que ficava bem na ponta onde hoje está a obra do Mestre Didi, funcionou o Colégio Guiomar Pereira, inclusive dei minhas primeiras aulas nessa escola,com a demolição, se mudaram para a casa em frente onde construíram a nova escola, que infelizmente acabou fechando no ano passado.
ResponderExcluirObrigada!
ResponderExcluirCarmela, o Don Bosco que eu falo , ficava bem de frente para o Capim das Freiras. A curiosidade é que a construção era paralela à rua ...
ResponderExcluirEra a primeira do lado da praia, no sentido Oceânica/Santana , sendo a última , a do Dr.Rafael já na praia de Santana . Como todos sabem, todo esse lado foi derrubado para o alargamento da Paciência.
Ali, onde está a obra do Mestre Didi ficava, o casarão do Dr. Rafael Menezes ( família nossa amiga ), que era o último , chegando a praia de Santana. Ainda se encontram vestígios das suas fundações, na areia. O casarão ainda pode ser visto em algumas fotos , na Biblioteca, por exemplo. No entanto, do Don Bosco , não saberia dizer onde poderia haver uma ! Me lembro das ruínas de que fala.bem na curva da pista... No espaço delas, foram construídas as casas dos dois irmãos Cheade, sendo que um deles, o DR. Elias , ainda mora nela. A outra, foi vendida pelo Bia ( Gabriel ) e nela funciona mesmo uma empresa de oudoors. A sua memória explicaria o porquê do nome de Capim das Freiras...É algo parecido com a Bacia das Moças, em Ondina, não é ? Me contavam que umas noviças, quando aquilo era deserto, iam tomar banho lá, com a maré baixa , por haver muita privacidade, como convinha às futuras freirinhas...