Escritor afirma que nunca foi tradição no Rio Vermelho calçadas com pedras portuguesas

Escritor afirma que nunca foi tradição no Rio Vermelho  calçadas com pedras portuguesas.Por Ubaldo Porto

As pedras portuguesas no Rio Vermelho

A calçada portuguesa, utilizando pedras calcárias, nas cores branca e preta, surgiu em Portugal e se espalhou pelos países lusófonos. Estas pedras especiais tiveram e continuam tendo larga aplicação em adornos, tipo mosaico.

No Brasil ficou famoso, no padrão 'mar largo', o calçamento na borda da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, donde a moda se espalhou para diversas cidades brasileiras.

No Rio Vermelho, até o início da década de 1970, não havia nenhum passeio no Rio Vermelho com pedras portuguesas. Sou testemunha disto, pois resido neste bairro desde julho de 1958.

A moda do 'Calçamento Copacabana' foi utilizado pela primeira vez no Rio Vermelho na grande reforma do Largo da Mariquita, em 1974-1975, como consequência do término das obras da construção do sistema de esgotamento sanitário pelo emissário submarino.

Depois, com a transformação de um trecho (da Biblioteca Juracy Magalhães Júnior) da Rua Borges dos Reis num calçadão, ocorreu a aplicação do calçamento total com pedras portuguesas.

Com a transferência do antigo Mercado Municipal, do Largo da Mariquita para o outro lado da praça (atual Praça Caramuru), as pedras portuguesas foram novamente e largamente utilizadas na urbanização daquele espaço público, inaugurado em 1º de março de 1989.

Apesar de visualmente bonitos, os calçamentos nos espaços públicos do Rio Vermelho com pedras portuguesas não se constituíram numa alternativa bem sucedida, uma vez que, em pouco tempo, as pedrinhas começaram a se soltar e não eram repostas. Resultado, o que era bonito foi ficando feio por conta dos buracos que foram surgindo. Infelizmente, o poder público municipal é péssimo em manutenção preventiva ou periódica.

Reconhecendo essa deficiência, o prefeito Antônio Imbassahy, em suas duas gestões consecutivas (1997-2004) proibiu a construção de novos passeios públicos com pedras portuguesas, sendo que nas restaurações inúmeros calçadas tiveram as pedras portuguesas substituídas por massa concretada.

Finalizo este comentário com a seguinte colocação:

Nunca foi tradição consolidada no bairro do Rio Vermelho as calçadas com pedras portuguesas.


Rio Vermelho, 12 de agosto de 2015.

Ubaldo Marques Porto Filho
Historiador do Rio Vermelho e escritor com 27 livros editados,sen do 15 sobre o Rio Vermelho. Para consulta, estão disponíveis na Biblioteca Juracy Magalhães Júnior, localizada no bairro.

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2 Comentários
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  1. Um belo esclarecimento do Escritor Ubaldo Marques F° - Me lembro das calçadas em cimento e, realmente, posteriormente , começaram a aparecer aquelas em pedras portuguesas. Não sou contra nem a favor. O problema das pedras sempre foi a colocação. A mistura de cimento e areia no estrado que forma a base para colocar as pedras por cima e, depois , o reajuntamento. Mistura sempre fraca , prevalecendo uma desproporção do cimento e da areia . Economia de cimento ! Maior quantidade de areia. Assim, as pedras não se fixam à massa de cimento e começam a soltar. Se uma se solta, outras vão atrás. Como exemplo, temos aqui na Rua Feira de Santana o passeio da casa do Sr. Fernando Correa Bahia , que não brincava em serviço. O cimento era dele e o operário tinha que fazer a coisa do jeito que ele mandava. Já no caso da prefeitura.... O passeio está perfeito até hoje ! Tem décadas que se mantém perfeito. Somos vizinhos há mais de 50 anos e eu vi quando ele fez o trabalho.

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