Luciana Cruz em defesa dos direitos de Dona Lurdes e outros ambulantes |
A representante do Alto de Ondina, e do Centro Recreativo Lero-Lero, Luciana Cruz, criticou o fato de a prefeitura ter fechado a rua de acesso à Vila Matas, sentido Garibaldi, sem nenhum comunicado aos moradores e comerciantes da área. Outra questão levantada por ela foi sobre o destino das pessoas que trabalham na informalidade vendendo comidas e bebidas na pracinha ao lado do restaurante Sukiyaki , que também será restaurada. Citou o caso de Dona Lurdes, uma senhora que vende feijão e cerveja há mais de 30 anos e que segundo informações, não será contemplada com a reforma. A nova praça terá apenas dois quiosques e não se sabe quais os critérios que serão adotados para a ocupação.
Muitas queixas também relacionadas à falta de representatividade na comissão de seguimentos do bairro a exemplo dos pescadores e dos trabalhadores do mercado do peixe que foi demolido. Alias, a demolição do mercado foi outro tema retomado nas discussões de ontem. O entendimento de boa parte dos participantes da reunião foi no sentido de condenar a decisão, sob a alegação de ser um mercado construído há menos de cinco anos, “um desperdício desnecessário de recursos públicos”. A nova proposta para a área também foi bastante criticada com a argumentação de que será elitista com a instalação equipamentos que serão ocupados por restaurantes e bares renomados da cidade o que, na visão dos críticos do projeto, afastará os antigos frequentadores do local.
Integrantes do Rio Vermelho em Ação, colocaram alguns figuras em formato de peixes recortados em papel preto nas paredes do teatro com alusão à ideia da calçada da fama, que ironicamente apelidaram de “calçada da lama” e distribuíram um documento com o título de “Manifesto III”, onde reafirmam o proposito de seguirem na luta pelo direito à cidadania de todos “as ameaças de submissão do interesse publico e à lógica do lucro”, criticam a ausência de participação popular, a derrubada de árvore, situação de expulsão de pequenos comerciantes e ambulantes, descaracterização arquitetônica, falta de preservação dos símbolos históricos do bairro, a proposta de carnaval no bairro, entre outras apresentadas pela Comissão de Obras, além de defender o direito de convocação, por parte da PMS, de uma audiência pública “que garanta uma discussão ampla e diversa do futuro do rio vermelho com toda a comunidade de Salvador”.
Diante de tanta polemica o fato concreto é que as obras estão em andamento e não resta dúvida que o projeto será concluído, até porque, não dá para imaginar a interrupção no estágio em que se encontra. Diante disso o sensato seria, mesmo com criticas, a união de esforços para tentar corrigir o que ainda for possível e torcer pela conclusão rápida da obra. Afinal, não se faz omelete sem quebrar os ovos.
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