Agitação total no entorno da Casa de Iemanjá com os preparativos para a festa do próximo dia 2. O caramanchão onde são colocados os balaios em que os devotos depositam as oferendas, começou a ser montado. Os pescadores seguem com a rotina diária, atualmente tornaram-se meros coadjuvantes da festa, quem organiza praticamente tudo é a Prefeitura. A Colônia não tem mais presidente, em conversa com pescadores ouvimos várias versões sobre o que aconteceu com o último presidente, uns afirmam que ele saiu escorraçado de lá, acusado de procedimento inadequado em relação às finanças da Colônia, outros, no entanto, comentam que se afastou por problema de saúde e que atualmente existe um interventor. Fatos ou versões, a realidade é que ainda não realizaram nova eleição para escolher do presidente, e o que muitos deles dizem é que está uma “verdadeira esculhambação”. Também disseram que alguns pescadores são convocados para trabalhar durante a festa, principalmente cuidando do caramanchão onde ocorrem manifestações religiosas e onde fica o “presente principal” que sempre chega na madrugada do dia 2. Outros aproveitam para faturar conduzindo com os barcos os devotos que preferem levar pessoalmente seus balaios com as oferendas até o alto mar. E é esse movimento de vai e vem de barcos que acontece durante todo o dia, até o horário da procissão, quando dezenas de barcos seguem mar adentro para entregar a Iemanjá o presente principal, que tradicionalmente é oferecido pelos pescadores, após passar por um ritual realizado por um Pai ou Mãe de Santo, contratado para essa finalidade. Mesmo com todos os problemas na Colônia e as mudanças na organização, a Festa de Iemanjá continua sendo uma das mais bonitas do ciclo de festas populares de Salvador.
Preparativos para a Festa de Iemanjá e polêmica na Colônia
janeiro 24, 2023
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